Quase cinco anos depois de ter tido as obras iniciadas e alvo de constantes atos de vandalismo que atrasaram os trabalhos, o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), do bairro Progresso, está finalmente concluído. A prefeitura agendou para a quinta-feira, 22, a entrega oficial do prédio.
Erguido em uma parte desmembrada do terreno do extinto e demolido Centro Social Urbano (CSU), o novo Creas ocupa uma área de 631 metros quadrados e custou mais de R$ 414 mil aos cofres públicos. “Ter uma sede própria e dar condições de trabalho para as técnicas e funcionários é de suma importância. Dessa forma a atenção às famílias pode ser realizada com mais atenção e respeito. Na nova sede teremos sala específica para crianças com materiais lúdicos para facilitar o atendimento; de atendimento familiar e individual; e de grupos. Tudo com acessibilidade”, diz a secretária Adriana do Carmo, da Assistência Social.
O Creas é um órgão público que tem foco no atendimento de famílias vítimas de violência e violação de direito e também atende adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto e tem uma equipe para atender pessoas em situação de rua. A inauguração está marcada para acontecer a partir das 14h30.
Dois prefeitos, dez secretários, inúmeros furtos
A título de curiosidade e para compreender o tamanho da morosidade que envolve a obra: a construção do Creas começou no governo de Mauro Candemil (MDB) em abril de 2018 e finalizará quatro anos depois na gestão de Samir Ahmad (Republicanos) em 2022. Na época, o governador era Eduardo Pinho Moreira, que havia recém-assumido a gestão com a licença e posterior renúncia de Raimundo Colombo (PSD) e atualmente, o gestor é Carlos Moisés (Republicanos), em vias de deixar o cargo para Jorginho Mello (PL) em 1º de janeiro de 2023.
Nesse mesmo período, passaram dez secretários titulares pela pasta da Assistência Social. Em 2018, quando a primeira viga foi assentada, a gestora era Maria de Fátima Figueiredo Duarte. Depois Hirã Ramos (atual vereador). Na sequência Tanara Cidade, Aderbal Moreira Cardoso, José Carlos Mendes Netto, Patrícia Paulino e André da Rosa, que estava na pasta quando o município chamou a responsabilidade para si e decidiu terminar o serviço. Em 2021, o secretário era Enivaldo Ramos, que, na condição de presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, teve participação no início das obras quatro anos atrás, e a conclusão ocorre com Adriana do Carmo.
Em dois anos, entre abril de 2018 e junho de 2020, conforme levantamento publicado em agosto de 2021 pelo Portal, até aquele momento a coletânea de objetos furtados era considerável: portas de madeira, tanque de lavar roupa, fios de energia, barra de cobre do ar-condicionado e os próprios equipamentos de refrigeração, fechadura de porta, vasos sanitários. No ano passado, os funcionários da construtora não ficaram imunes e tiveram ferramentas levadas em um caso de furto.
Em outubro de 2020, o governo do Estado oficializou a rescisão de contrato e concordou com a proposta da prefeitura assumir a obra. A licitação para conclusão, após levantamento do que foi levado ao longo dos anos, foi aberta e teve resultado conhecido no final de 2021 e foi executada ao longo de 2022.
