Janela partidária altera representação na Câmara de Vereadores de Laguna

Terminou na última sexta-feira, 3, o período legal de trinta dias para que os vereadores em mandato trocassem de partidos para concorrer às eleições de outubro. A “janela partidária” como é conhecida, permite essa migração de uma sigla para outra sem que os políticos percam suas cadeiras no Legislativo.

Em Laguna, a composição da Câmara sofreu modificações significativas, mas com pouca alteração em relação às bancadas partidárias já existentes.

Dos 13 vereadores, sete permaneceram nos partidos pelos quais foram eleitos quatro anos atrás. Por outro lado, seis resolveram buscar novos espaços e migraram de legenda.

Comparando com o início do ano, o MDB apesar de ter perdido uma vereadora, permanece com cinco cadeiras na Câmara já que filiou dois novos edis.

O PSDB que tinha dois vereadores, agora tem três. O PSD não teve alterações, segue com apenas uma cadeira. Até então segunda maior bancada, o Progressistas foi o partido que mais teve baixas no Legislativo de Laguna e conta agora apenas com um filiado.

A bancada do PL deixa de existir na Câmara, ao mesmo tempo que o Democratas ressurge com dois edis e o PSL estreia na política lagunense com um parlamentar.

Foto: Editoria de Arte/Agora Laguna

Quais caminhos tomaram os vereadores

MDB – Cinco vereadores

O partido do prefeito Mauro Candemil conseguiu por sua vez ampliar a base, mesmo com a saída de Nádia Tasso Lima para o DEM. Em compensação, o líder de Governo na Câmara, Rodrigo Moraes, deixou o PL, onde estava desde 2007, e migrou para o MDB.

“Foi por uma opção, até pelo histórico de família que tem filiados ao partido como o doutor Airton Moraes, João Moraes, entre outros. Uma opção estratégica buscando um novo espaço”, justifica Moraes. Ele afirma também que a saída do PL foi sem ressentimentos. “Conversamos muito e sai tranquilo”, resume, acrescentando que optou por deixar o partido para que o novo grupo de filiados pudesse iniciar “do zero” – o PL montou nova executiva e lançou a pré-candidatura de Sibele Estevão à prefeitura.

Além dele, Patrick Mattos deixou o Progressistas para se juntar ao partido. “Acabei indo para o MDB, devido quase todos os vereadores terem saído do partido. Acabei ficando sem escolha, o que me restou ter que me desfiliar do PP”, pontua.

Cleosmar Fernandes (presidente da Câmara), Thiago Duarte, e Valdomiro Barbosa completam a bancada emedebista. O trio não sinalizou desejo de trocar de partido, mesmo com descontentamento com o Executivo tornado público recentemente, e deve buscar novo mandato na Câmara.

PSDB – Três vereadores

A bancada tucana passou de dois vereadores para três com a filiação de Rogério Medeiros, que deixa o Progressistas, onde estava desde 2016.

O PSDB continuou com Rhoomening Rodrigues e Osmar Vieira. “A decisão de ficar foi pelo projeto apresentado e, principalmente, a nominata de candidatos que está muito boa, com excelentes pré-candidatos a vereadores”, comenta Rodrigues.

Nos bastidores, chegou a ser cogitada uma possível volta de Medeiros ao MDB, uma vez que o vereador teve uma aproximação com Mauro Candemil, sendo convidado para reuniões e indicando a professora Marilete Nunes para a Secretaria de Educação e Esportes – a gestora foi exonerada no mês passado. Rodrigues e Vieira, foram cotados no PSD e PL, respectivamente. As previsões, todavia, não se concretizaram.

DEM – Dois vereadores

Refundado no ano passado, o Democratas voltou a ter representação no Legislativo de Laguna após quase dez anos. O partido filiou Nádia Tasso Lima, ex-MDB, e Peterson Crippa, que deixa o PP.

“Buscamos uma sigla que não existisse em Laguna e que nos permitisse aplicar novas atitudes na política, dando espaço à mulher e para o jovem. E assim, todos unidos, vamos contribuindo para a melhora da cidade, com cada um respeitando o outro”, comenta o ex-progressista.

Nádia deve tentar uma reeleição pelo novo partido. “Busquei um partido que dê apoio à causa animal tanto no Legislativo, como no Executivo. Como o apoio que eu esperava não veio por partes dos meus colegas de partido, que nos projetos meus eram relutantes, achei melhor procurar uma sigla que mais se identificasse comigo”, justifica a vereadora, que deixou o MDB após quase 20 anos.

A ida da vereadora para o Democratas ocorre por afinidade de pensamentos com Crippa, que, por sua vez, atualmente é pré-candidato do DEM à prefeitura de Laguna e compõe virtualmente chapa com o médico Zeno Alano Vieira, que se filiou ao Republicanos em março.

PP – Um vereador

O Progressistas saiu em baixa na janela partidária deste ano e viu sua bancada reduzir de três edis para apenas um vereador. Ex-presidente da Câmara de Laguna, Roberto Alves é o único que optou por permanecer no partido.

“[A saída] Foi por um projeto político, por uma Laguna melhor. Tem momentos na vida que temos que dar um passo atrás para darmos dois na frente. E acredito que o Mauro é a nossa melhor opção”, afirma o progressista.

PSD – Um vereador

O PSD permaneceu com a mesma bancada. Adilson Paulino continua sendo o único vereador da legenda na cidade e sinalizou que pode tentar um segundo mandato no Legislativo.

“Nosso partido continua cada vez mais unido”, frisou, resumidamente, o pessedista, em conversa com a reportagem do Portal Agora Laguna.

PSL – Um vereador

Estreando na política local, o PSL ganhou o seu primeiro vereador com a entrada de Kleber Roberto Lopes na sigla, após deixar o Progressistas, onde estava desde 2011.

“Minha ida foi para termos um elo com o governo do Estado [o PSL é o partido do governador Carlos Moisés] e tentar trazer melhorias para a cidade. Já que temos um deputado daqui que não vem tomando a frente”, dispara o, agora, pesselista.

Foto: Editoria de Arte/Agora Laguna