Solidariedade: lagunenses se tornam voluntários nas cheias do RS

Nesta quarta-feira, 8, a Defesa Civil gaúcha atualizou para cem o número de mortos em razão dos temporais. Há pelo menos quatro óbitos em investigação.
Arquivo pessoal

Um ditado muito popular se aplica numa situação como essa: a união faz a força. Grupos de voluntários lagunenses tem deixado o conforto de suas residências na cidade para se juntar aos milhares de outros abnegados que estão se dispondo a ajudar, de alguma forma, o Rio Grande do Sul. O estado vizinho enfrenta desde o fim de abril fortes enchentes, que já causaram cem mortes e deixaram dezenas de milhares de desabrigados, segundo a Defesa Civil.

Uma das equipes é liderada por João Alberto Shmitz Filho, o Baiuka. O empresário do Farol partiu para o estado gaúcho no final de semana e segue envolvido no resgate de pessoas ilhadas na região da Grande Porto Alegre – sobretudo em Eldorado do Sul, município que praticamente está submerso. Em uma rede social, o lagunense contou que chegou a se encontrar com os surfistas Pedro Scooby e Lucas Chumbo, que também tem ajudado na tarefa voluntária. “O cenário aqui é muito triste. Resgatamos várias pessoas, animais. Todos estão envolvidos em prol da vida e do povo gaúcho”, narra Baiuka.

Mayck Manoel da Silveira, instrutor náutico, conseguiu embarcações emprestadas, viu até mesmo a perda de coletes que utiliza no trabalho de repassar conhecimentos, mas o sentimento de objetivo faz com que isso fique em segundo plano. Ao Portal, ele relatou algumas das cenas vistas durante o trabalho voluntário em Canoas. “Era uma situação de guerra. As pessoas estavam desesperadas, trânsito interrompido, muita sirene. As casas embaixo d’água. Fizemos quase 24 horas de operação”, descreve.

Entre os lagunenses, um grupo de pesca do Iate Clube, formado por Marcos Vinicius Martins, Clemilson Nandi e Adriano Rodrigues Fagundes, também partiu da cidade rumo ao estado vizinho e fez o resgate de pessoas e animais que estavam ilhados. Nesta quarta-feira, 8, a Defesa Civil gaúcha atualizou para cem o número de mortos em razão dos temporais. Há pelo menos quatro óbitos em investigação.

Ainda da cidade, estão Anderson Santos Teodoro, Djayton Freitas e outros.

Já são 128 desaparecidos e 372 feridos. Há 230,4 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 66,7 mil em abrigos e 163,7 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos). Dos 497 municípios, 417 têm registro de problemas.

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