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Sem desfile há 10 anos, sambódromo recebe manutenção e deixa de ter arquibancadas

Arquibancadas dão lugar a telhados e as próximas etapas do processo de manutenção preveem preventivo contra incêndio e restauro da ala usada pela CRE.
Foto: Luís Claudio Abreu/Agora Laguna

Ali, o som dos tamborins já não se escuta há muito tempo. Para ser mais exato, faz dez anos desde que o sambódromo foi usado pela última vez para um desfile de escolas de samba. Agora, o prédio localizado no Campo de Fora recebe obras de manutenção para servir como sede para órgãos públicos, como a Coordenadoria Regional de Educação (CRE), que chegou a anunciar uma saída do local, mas voltou atrás.

Apontado como condenado, um estudo de infraestrutura identificou que o principal problema da estrutura são as infiltrações e a correção significa cobrir as arquibancadas. Nos últimos dias, operários trabalham na construção dos telhados que já cobriram uma das partes do local.

“Estão sendo feitas obras de manutenção para que a gente tenha uma utilização do ambiente. Faz uma década e meia que ele não recebe reparo ou manutenção e a utilização como arquibancada se torna insegura”, explica o engenheiro Paulo César Pinto, da Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIE), que atua cedido para a CRE de Laguna. “Isso vai ajudar a evitar que seja degradada ainda mais a estrutura em relação às infiltrações”. As primeiras conversas para reforma são de outubro de 2021.

Além da coordenadoria, o prédio tem salas que também são usadas pelo Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), cujos espaços foram revitalizados ano passado, e pela Associação Cultural, Social e Terapêutica da Região da Amurel (Acustra), autorizada a ter uso pelo prazo de uma década.

“É uma constante nossa de infraestrutura para melhorar a condição aqui e realmente revitalizar o complexo não para uma utilização como sambódromo, mas sim que a gente faça uma utilização para educação”, explica Paulo. As próximas etapas do processo de manutenção preveem preventivo contra incêndio e restauro da ala usada pela CRE.

Sambódromo é uma escola

Inaugurado festivamente em fevereiro de 2007 para servir de passarela do samba, o espaço do sambódromo de Laguna é na verdade uma escola. Uma placa desgastada pelo tempo registra que houve ali a inauguração da Escola de Ensino Fundamental Hindemburg Moreira, uma homenagem ao pai do ex-governador Eduardo Moreira (MDB), que foi uma figura marcante na sociedade local como representante da pioneira Auto Viação Glória.

Segundo informações da época, a construção envolveu investimento de R$ 3,4 milhões com um área de 8,2 mil metros quadrados, dos quais 4 mil eram de área construída. As arquibancadas, agora telhados, tinham capacidade para oito mil pessoas e espaço para abrigar: biblioteca, refeitório, cozinhas, três laboratórios e duas quadras esportivas, com previsão de atender dois mil estudantes.

O espaço, também chamado nos primeiros anos de Centro Multiuso, foi palco das escolas de samba até o ano de 2013, quando ocorreu o último desfile competitivo ali. Nos anos seguintes, as escolas restringiram suas apresentações ao ensaio ou pré-carnaval – com exceção de 2016 e 2023, ocasiões em que fizeram desfiles sem competição.

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