Evento comemora 188 anos da imprensa catarinense em Laguna

Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

A imprensa de Santa Catarina comemora o 188º ano de sua fundação no dia 28 de julho, data em que circulou o primeiro jornal da história do estado, editado pelo militar e político Jerônimo Francisco Coelho, natural de Laguna. Por ser berço do fundador da imprensa, a cidade juliana sediará solenidade na praça que leva o nome do pioneiro jornalista no dia 30, destacando a importância da figura do lagunense para a história da comunicação e da maçonaria – da qual também é precursor.

As comemorações são organizadas pela Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e contam com apoio das casas maçônicas e entidades locais. “Jerônimo Coelho foi o mais importante catarinense do Império e deixou um importante legado, de ética, trabalho e determinação. Foi um homem probo”, frisa o presidente da associação, Ademir Arnon de Oliveira, ao falar sobre a figura do fundador da imprensa catarinense.

A solenidade na praça começa às 10h e terá discursos de Arnon, em nome da associação; do odontólogo Wagner Zopelaro, representando a Maçonaria; e prefeito Mauro Candemil. A programação inclui a assinatura de um protocolo de intenções junto à rede de ensino público e privada de Laguna, para a realização de concurso de redação sobre a vida e obra de Jerônimo Coelho. Um almoço comemorativo no Iate Clube de Laguna encerra a programação do dia festivo, que conta ainda com visita às obras da escola que leva o nome do fundador da imprensa.

Além de Laguna, a ACI promove mais dois eventos este ano relacionados ao aniversário de fundação do primeiro jornal de Santa Catarina. O 12º Encontro da Imprensa Catarinense deve reunir profissionais de todo estado em Chapecó, na Região Oeste, em 03 de agosto, e em setembro, na capital Florianópolis, acontece a solenidade de lembrança do nascimento de Jerônimo Coelho e de comemoração pela criação da imprensa.

Quem foi Jerônimo Coelho

Fundador da imprensa e da Maçonaria em Santa Catarina, Jerônimo Francisco Coelho nasceu em 30 de setembro de 1806, na vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna. É considerado, por vários historiadores, um dos principais nomes catarinenses com forte atuação no Império.

Como político, foi deputado provincial entre 1835 e 1847 (somando seis legislaturas seguidas) e presidente (cargo equivalente, atualmente, ao de governador) das províncias de Grão-Pará (1848-1850) e Rio Grande do Sul (1856-1857).

Militar, defendeu os interesses das armadas brasileiras no gabinete de Dom Pedro II, atuando como ministro da Marinha e de Guerra – por vezes, de maneira concomitante – entre 1844 e 1858. Galgou diversas patentes militares iniciando em 1823, como segundo-tenente (aos 17 anos) e a terminando, em 1858, como brigadeiro do Exército, aos 52 anos. É tido por muitos como ‘pai da engenharia civil brasileira’.

Foi o responsável pela demarcação de terras do que viria a ser a colônia Dona Francisca (mais tarde, cidade de Joinville) e do distrito provincial de Parati (atual, Araquari), ambos no Norte de SC. No campo da imprensa, além de criar O Catharinense em 28 de julho de 1831, chegou a editar um segundo jornal, O Expositor, em 1832 – a prensa utilizada na impressão dos dois periódicos está preservada no Museu Anita Garibaldi, em Laguna.

Jerônimo Coelho morreu em Nova Friburgo (RJ), em 16 de janeiro de 1860, altura em que era vogal licenciado do Supremo Tribunal Militar. Seu nome é emprestado à inúmeras ruas em SC, RS, SP e RJ e ao primeiro colégio público de Laguna, inaugurado em 1912.