Editorial: Não somos vagabundos, vereador trapalhão

Já diz o ditado: “de boca fechada é um poeta”. Passou grande parte do curto – e talvez derradeiro – período político no Legislativo quieto e quando resolveu falar, num áudio infeliz, talvez sem pensar no que isso traria como repercussão, ou simplesmente esqueceu que se tornou pessoa pública e que tudo que diz e faz cai na boca do povo, chama o lagunense e o povo açoriano de vagabundo.

Já diz o ditado: “de boca fechada é um poeta”. Passou grande parte do curto – e talvez derradeiro – período político no Legislativo quieto e quando resolveu falar, num áudio infeliz, talvez sem pensar no que isso traria como repercussão, ou simplesmente esqueceu que se tornou pessoa pública e que tudo que diz e faz cai na boca do povo, chama o lagunense e o povo açoriano de vagabundo.

Mais um trovão em meio a uma tempestade inacabável que a cidade já vive. Um dia é a coleta de lixo, no outro são as clínicas de exames, CPIs e por aí vai. Quanta infelicidade, nobre edil. Para piorar, nenhum pedido formal de desculpas ou nota oficial, na cidade das notas oficiais. Muito menos posição ou resposta para a imprensa. E não foi por falta de tentativa.

Alguns defensores argumentam que o material está fora de contexto. Que contexto? Qual parte não ficou muito e bem clara que é citado “o povo de Laguna é sem vergonha e falador. Povo vagabundo, não gosta de trabalhar; povo açoriano”. Qual seria esse outro contexto que poderia ter sido tirado desse material a não ser o xingamento e desleixo pelo povo, que aliás o elegeu. Pior, ele também vive aqui e tem suas raízes nessa terra. Quanta contradição, não?

Precisamos parar de defender o indefensável. A culpa nunca pode ser nossa. O áudio do vereador não pode jamais generalizar na desculpa que “é gente boa, do bem e um cara bacana”, como alguns comentaram nas redes sociais. O foco não é esse.

O “cara bacana” pisou feio na bola por uma triste fala e precisa se posicionar. Para isso ele é pago por nós. Para ser um ente público, precisa estar preparado, inclusive sobre suas condutas, pois tudo hoje é gravado, printado e publicitado. Seja adulto e abra mão do personagem humorístico dos tempos dos Trapalhões, assuma a besteira que fez, mesmo gaguejando.

Laguna e os lagunenses açorianos não merecem isso!

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