Sem receber há 60 dias, médicos podem parar parcialmente; reunião discute situação

Documento prevê que, caso não haja uma solução, a paralisação parcial começará à meia-noite do dia 21 de novembro. Por ser um serviço essencial à população e não poder parar totalmente, o hospital voltaria a adotar o esquema utilizado nas greves de 2017 e 2019, quando só atendeu emergências e urgências e os pacientes transportados ao local por ambulância.
Foto: Agora Laguna

Um aviso impresso em papel pede aos pacientes que sejam compreensivos com a situação que a equipe médica do Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos enfrenta há cerca de 60 dias. Sem receber repasses, a entidade atrasou o pagamento dos honorários aos profissionais, que anunciaram oficialmente, nesta segunda-feira, 13, a possibilidade de uma paralisação parcial dos serviços, caso até dia 20 nenhum dinheiro seja depositado.

A comunicação do estado de pré-greve foi feita em um ofício encaminhado à direção do hospital, à Secretaria de Saúde e ao Ministério Público – Agora Laguna obteve uma cópia do texto, que pode ser lido abaixo. “Além dos atrasos, para a instituição conseguir honrar com seus pagamentos, houve diminuição de duas horas de plantão diários, totalizando um total de 60 horas [sic] de plantão médico ao mês, e também a retirada de bonificação de R$ 4,00 por desfecho de cada atendimento, previsto em contrato”.

O documento prevê que, caso não haja uma solução, a paralisação parcial começará à meia-noite do dia 21 de novembro. Por ser um serviço essencial à população e não poder parar totalmente, o hospital voltaria a adotar o esquema utilizado nas greves de 2017 e 2019, quando só atendeu emergências e urgências e os pacientes transportados ao local por ambulância. Os pacientes menos graves seriam repassados para o sistema de saúde público, o que pode levar à uma sobrecarga nos atendimentos.

Ao Portal, a presidente do hospital, Tatiana Blosfeld, confirma o recebimento do documento e vê com esperança uma reunião marcada para terça-feira, 14, com a secretaria municipal pela manhã e à tarde no Ministério Público. A intenção é que o dinheiro, que já se encontra no caixa do governo, seja transferido o quanto antes para a entidade honrar os compromissos. O serviço de ortopedia, que completou dois anos em setembro, corre risco de ser paralisado também.

“O atraso do Estado e agora da prefeitura nos deixou sem saídas. Nós esperamos achar alguma maneira de resolver isso amanhã no MP”, diz a gestora. O novo secretário de Saúde, Jadson Fretta, nomeado na sexta-feira passada, 10, também quer encontrar uma solução ágil. De acordo com o titular da pasta, como a portaria de nomeação saiu hoje, as comunicações bancárias serão efetuadas na terça e até lá nenhum pagamento pode ser feito.

Confira o documento

Foto: Agora Laguna

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