Pouco antes de falecer, Dinha Boicko tratou de alinhar tudo o que fosse possível para evitar deixar muitas pendências para seus familiares resolverem nessa hora difícil. Uma de suas decisões foi garantir que seu descanso eterno ocorresse na cidade de Laguna e assim foi feito. Para quem tinha apenas seis meses de vida, ela surpreendeu e resistiu durante 23 anos em uma luta contra o câncer que não a desmotivou em momento algum. Pelo contrário, buscava ver sempre o lado positivo. O legado e a trajetória de vida da lagunense viraram livro e o lançamento ocorre, nesta quinta-feira, 27, às 18h, em um café literário no Mercado Público – ao lado dos lançamentos literários de José Henrique de Souza e Maurício Silva.

A ideia do livro surgiu de um pedido sucessivo de amigos e familiares para que Dinha contasse sua história e ela chegou a se matricular em um curso para aprender as técnicas de autobiografia. Com o avanço da doença, porém, a responsabilidade de registrar as vivências e as lições deixadas foi transferida à irmã, a professora Giovana Boicko, que abraçou a tarefa com dedicação. “Ela tem um legado maravilhoso. Merecia essa obra”, ressalta. Sabendo do pouco tempo, a educadora relembra que conseguiu construir um enredo biográfico, mas ao mesmo tempo literário, em 48 horas, a tempo de poder ler para a “princesa guerreira”, como ela era chamada.

Mas o sentimento era que toda a aquela experiência de “mil aventuras” vividas pela lagunense, como uma viagem para o Egito e até mesmo a experiência de participar do Carnaval em Veneza, na Itália, não poderia ficar restrito apenas à família. Os alunos de Giovana, colegas de profissão e amigos a incentivaram a ampliar o texto que havia sido feito para Dinha conferir e transformar toda a história em livro.

Foram cerca de seis meses dedicados à missão. “É um legado de amor, um legado de força, uma história inspiradora. Foi escrita em um contexto de dor e sofrimento, mas ela fala de amor, pois surgiu para ser uma declaração de amor, ser uma homenagem ainda em vida”. Embora se saiba que a lagunense não resistiu à batalha contra o câncer, o livro não tratará da morte de uma forma direta, mas sim numa transformação: Dinha gostava e falava muito de borboletas e é esse o único spoiler que pode ser dito. Somado às experiências vividas pela personagem principal, todo a vivência de seu contorno familiar, como as “homenagens diárias” que lhe eram feitas em São Paulo – na reta final do tratamento – também aparecem, assim como as citações de suas frases mais marcantes. Para quem não conseguir adquirir o livro Dinha, a princesa guerreira, é possível comprar pelas plataformas virtuais ou com a autora neste link.

Ponte ficará azul hoje

Em atendimento a pedido da família de Dinha, a CCR ViaCosteira concordou em manter por mais um dia a cor azul nos estais da Ponte Anita Garibaldi. Segundo Giovana, os familiares vão se reunir para soltar balões em homenagem à lagunense. No dia seguinte, a ponte volta a exibir as cores das bandeiras de Laguna em razão do aniversário da cidade.