Santo Antônio é dos Anjos, é de Pádua e é também de Lisboa. Padroeiro aqui em Laguna, lá em Portugal e também na Itália, o santo milagreiro, conhecido por ser intercessor de casamentos, nasceu em solo português e morreu em chão italiano, todavia sua fama se espalhou pelo mundo. Foi para ele que o bandeirante Domingos de Brito Peixoto, seu devoto, dedicou a fundação da póvoa que hoje é cidade – o complemento do nome, que dá exclusividade aos fiéis lagunenses, defendem alguns historiadores, teria sido em referência aos arcanjos, os anjos da guarda.

Paralelos a parte, o padre Itamar Faísca, vigário paroquial da igreja matriz consagrada ao padroeiro municipal, frisa que, independente de qual seja o complemento, Santo Antônio é o mesmo. “Fernando de Bulhões nasceu em Lisboa, depois ele se tornou padre agostiniano em Portugal e sentiu a vontade de ser franciscano e ao se tornar, foi para a Itália. Então, Antônio de Pádua, de Lisboa ou dos Anjos são a mesma pessoa”, diz o religioso.

Assim como em Laguna, os moradores de Lisboa viveram, nesta terça-feira, 13, um feriado municipal e foram às ruas celebrar o padroeiro. No meio dos portugueses, estava Luiza Tonon. Lagunense, a professora de história mora há cerca de dois anos no país europeu e pela segunda vez pôde sentir a emoção das comemorações realizadas lá, onde também tem trezenas. Assista acima reportagem especial sobre as festividades em Portugal.

“Tradição popular muito grande”, resume a educadora. Ela conta que o cenário visto em Lisboa, lembra muito a festividade daqui. Com algumas diferenças, como a realização de um casamento coletivo sempre no dia 13 e apresentações de marchas, que são composições temáticas – algo que, na visão de Luiza, lembraria um samba-enredo, por exemplo. “Tem muitas comemorações e uma procissão que parte da casa onde ele nasceu e vai pelas vielas antigas da cidade. É um santo muito querido”.

Os santos juninos, São Pedro e São João, também são bastante venerados nessa época do ano. Como lá é verão, coincide com a época da pesca, então praticamente todos os bairros de Lisboa fazem festividades, estas chamadas de arraial. “Cada bairro tem sua tradição e comidas típicas, muito diferente das nossas. Aqui tem muito churrasco de sardinha, que o pessoal faz muito por ser peixe da época”, comenta.

Realizadas anualmente, as festividades de Santo Antônio na terra lagunense ou nas da Europa têm algo muito em comum e que as entrelaça: a fé e a crença no padroeiro. “Santo Antônio reflete a luz de Jesus e que cada um de nós ao acolher este presente de Deus, que é tê-lo como nosso padroeiro, possamos refletir a luz de Santo Antônio que é a luz de Cristo”, conclui o padre.