Lei que torna escolas de samba patrimônio cultural é recebida de forma positiva em Laguna

Só em Laguna são cinco escolas: Mocidade Independente, Os Democratas, Xavante, Vila Isabel e Brinca Quem Pode. Lei determina que o poder público tem de garantir a livre atividade das escolas e a realização dos desfiles.
Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

O projeto que torna patrimônio cultural brasileiro as escolas de samba do país foi sancionado, na sexta-feira, 5, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A iniciativa, chamada de Lei Nelson Sargento em homenagem ao sambista carioca morto em 2021, vale também para os desfiles, músicas e práticas tradicionais das agremiações. Em Laguna, a lei foi recebida de forma bem positiva.

Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Laguna (Liesla), Edson Roberto da Luz, a sanção da legislação federal vai ao encontro de uma afirmação constante sua de que o verdadeiro carnaval cultural popular é o desfile das agremiações. Ele, porém, ressalta que é preciso fomentar para que as tradições não se apaguem. “Aqui conseguimos resgatar os nossos desfiles e agora o presidente Lula assina esta lei tornando as escolas de samba como patrimônio cultural nacional. Só falta mais investimento nestas entidades, para que possamos apresentar nossos trabalhos para nosso povo e todo o Brasil”, comenta.

No solo lagunense, os tamborins das agremiações passaram a tocar com mais fervor a partir dos anos 40, com o surgimento do Clube Carnavalesco Xavante, considerada a pioneira das escolas de samba. Atualmente, a cidade conta com outras quatro agremiações: Vila Isabel (que completa 65 anos de fundação no próximo dia 13), Mocidade Independente, Os Democratas e Brinca Quem Pode.

“As escolas têm o poder de difundir temas que são de importância no nosso cotidiano, temas que repassam conhecimento real de fatos de nossa história”, destaca a presidente da Os Democratas, Cláudia Netto Lopes da Silva. “Lá estão todas as classes, todas as etnias, enfim, todas as pessoas e principalmente aquelas que não são visíveis à sociedade. Este é o maior reconhecimento do povo brasileiro. Fazemos um espetáculo, geramos emprego e renda. O que sentimos é gratidão tão necessária, afinal são mais de cem anos. É a afirmação da cultura afro-brasileira”, completa o carnavalesco João de Sousa Junior, ex-presidente da Liesla e um dos dirigentes da Mocidade Independente.

Em 2023, depois de dois anos sem ocorrer em virtude da pandemia, as apresentações do pré-carnaval foram retomadas e houve um desfile sem competição no dia 17 de fevereiro. A lei assinada por Lula foi gerada por um projeto da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e determina que o poder público tem de garantir a livre atividade das escolas e a realização dos desfiles.