Justiça condena ex-policiais envolvidos no caso Diego Scott

Luiz Henrique Corrêa e Eduardo Amorim poderão responder em liberdade. 
Arquivo familiar

Os dois ex-policiais envolvidos no caso Diego Scott foram condenados a dois anos, um mês e nove dias de prisão por crimes militares de prevaricação e falsidade ideológica. A decisão é da Justiça Militar e foi anunciada em julgamento realizado em Florianópolis, nesta quinta-feira, 9. Luiz Henrique Corrêa e Eduardo Amorim poderão responder em liberdade.

Em janeiro, o desaparecimento de Scott fez dois anos. Ele foi visto pela última vez após ser colocado dentro de uma viatura, próximo de sua residência no Progresso. Assim como em outras ocasiões anteriores, em uma discussão familiar, a PM havia sido chamada para apartar a situação, algo recorrente. Em casos anteriores, Scott era acalmado pelos policiais e liberado horas depois. Não chegava a ir preso – exceção apenas quando houve agressão à mulher. Naquele dia em específico foi diferente. E foi um desencontro de versões que fez o caso ganhar contornos misteriosos, duvidosos, e, deixar várias questões que ainda permanecem em aberto.

A versão dos Scott diz que os PMs foram chamados, conversaram com a família e saíram. Mas, diferente da versão do boletim, ele foi visto em frente à casa, e colocado dentro da viatura. Uma câmera de segurança filmou a cena. Com a nova versão, duas investigações foram abertas: uma na Polícia Militar, para analisar a conduta dos policiais. E outra na Polícia Civil, para apurar o desaparecimento. Confrontados com as imagens, os policiais mudaram seus depoimentos. Ambos foram expulsos da corporação em fevereiro de 2022 como resposta a uma processo administrativo aberto internamente pela corporação. A decisão, na época, foi assinada pelo então governador Carlos Moisés (Republicanos) e o ex-secretário Jorge Tasca, uma vez que os ex-agentes tinham recorrido da expulsão adotada pelo Comando Geral.

Defesas se posicionam

“Após dois anos do seu desaparecimento, após um ano das exonerações do quadro da Polícia Militar, após quatro horas de debates na sessão de julgamento, obtivemos o segundo êxito em busca da tão almejada justiça. Seguimos em busca do indiciamento também pelo crime de homicídio qualificado”, diz a nota da defesa da família Scott.

Segundo o advogado Rafael Jesus, da defesa de Eduardo Amorim, a condenação é decorrente de questões formais da ocorrência. “Mantemos a confiança na Justiça e recorremos dessa sentença”, disse.

A defesa de Luiz Henrique não retornou os contatos.