Governador fica neutro no 2º turno e diz que seguirá morando na praia do Ipuã

Essa foi a primeira manifestação de Moisés pós-eleição a meios de comunicação. O político ficou distante do segundo turno por 17,4 mil votos, fato inédito num pleito desde 1998, o primeiro em que a reeleição foi permitida.
Foto: Elvis Palma/Agora Laguna

O governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos) não irá declarar voto em Décio Lima (PT) ou Jorginho Mello (PL), não se arrepende de não ter se filiado ao MDB ou outra sigla mais forte, e assim que fechar seu período à frente do governo irá se dedicar à vida de cidadão comum na praia do Ipuã, em Laguna. As declarações foram dadas em entrevista concedida aos veículos de imprensa filiados à Associação de Diários do Interior (ADI) e Associação de Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori), publicada nesta quinta-feira, 13.

Essa foi a primeira manifestação de Moisés pós-eleição a meios de comunicação. O político ficou distante do segundo turno por 17,4 mil votos, fato inédito num pleito desde 1998, o primeiro em que a reeleição foi permitida. Mello recebeu 1,5 milhão e Lima, 710,8 mil. A nova disputa está marcada para o dia 30 de outubro, um domingo.

“Conhecer é participar da política, ter discernimento para escolher o melhor para seu estado. As pessoas não queriam saber do seu município, do seu estado, só estavam preocupadas com a eleição do Brasil. Esquecendo que a maior prestação de serviços à sociedade é feita pelos municípios e pelo governo do estado. Não é o governo federal que atende o cidadão no dia a dia, nos hospitais, nas escolas, na segurança pública. As pessoas esqueceram da importância da eleição estadual, tanto que escolheram o que não conhecem e vão se aventurar mais uma vez. A primeira aventura em 2018 deu muito certo, quis Deus que um bombeiro viesse para cuidar dos catarinenses e fazer o que a gente fez. Mas também nos trouxe uma experiência interessante: por que as pessoas não conhecem? Não é falta de investir em publicidade, nada disso, as pessoas não conhecem porque não se interessam pelo resultado do gestor”, avaliou

Para o governador, a gestão fez obras e programas importantes, mas calcula que isso não refletiu nas urnas. “O futuro do meu patrimônio político hoje é lá na praia do Ipuã, na minha Laguna, na ilha de Santa Marta, lugar espetacular como tantos outros de Santa Catarina. A gente vai se dedicar a cuidar de si, a estar presente com as pessoas. Penso que na política fiz uma entrega muito importante, mas que não dá votos (risos). É outra descoberta que fiz… mas os catarinenses têm o direito de escolher o que mais lhes representa nesse momento de eleição”, disse à ADI/Adjori.

Em outro trecho da entrevista, o político falou que vai se dedicar à vida doméstica. “Vou cuidar de mim, da Késia, minha mulher, das minhas filhas, estar um pouco mais presente na vida dos meus pais. Meu pai tem quase 90 anos, imagina, eu como governador estou muito ausente da vida de minha mãe e meu pai, então quero estar mais presente na vida da família e me preservar um pouco. A contribuição à política já dei”.

Moisés reforçou que não tem o arrependimento da escolha que fez pelo Republicanos ao invés de outros partido tradicional e também preferiu a neutralidade no segundo turno. “Absolutamente não. Todas minhas decisões foram por aquilo que acredito e pela coerência. Sempre dizia: arrumem outro candidato se tiver de fazer do jeito de vocês. Eu vou sempre fazer aquilo que me representa e em que acredito, que é da minha coerência. É por isso que não vou nem publicizar minha intenção de voto, porque acredito que temos de votar em quem efetivamente nos representa. Peço às pessoas que olhem e façam a melhor escolha para o nosso estado”.

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