Juiz de Laguna já soma presidência de mais de 200 júris populares

Na coleção de casos julgados, destaca como marcantes, o caso de cinco réus julgados por sete crimes, cujo caso foi analisado durante 24 horas seguidas, com os jurados tendo de responder 144 perguntas. Assim como o caso em que um homem matou a companheira a pauladas na frente dos filhos e também o de um caso onde um trabalhador foi morto pelo colega com uma motosserra.
Divulgação/TJSC

Ao longo de 33 anos de exercício da magistratura, sendo quase duas décadas à frente da Vara Criminal de Laguna, o juiz Renato Müller Bratti já soma mais de 200 júris populares sob sua presidência.

Bratti é natural de Grão-Pará, cidade que também pertence à Amurel e integra a Comarca de Urussanga, onde teve sua primeira experiência como juiz-presidente. “Foi tão marcante que até hoje lembro o sobrenome dos réus”, relembra, pontuando que estava tenso pela falta de experiência, a qual garante que transcorreu bem.

Na coleção de casos julgados, destaca como marcantes, o caso de cinco réus julgados por sete crimes, cujo caso foi analisado durante 24 horas seguidas, com os jurados tendo de responder 144 perguntas. Assim como o caso em que um homem matou a companheira a pauladas na frente dos filhos e também o de um caso onde um trabalhador foi morto pelo colega com uma motosserra.

“Se trata de um julgamento sério que é previsto na nossa Constituição Federal, ao determinar que, nos crimes dolosos contra a vida, os réus devem ser julgados por seus semelhantes da sociedade e não por juízes togados”, explica o juiz sobre o procedimento do júri. “É uma experiência que vão levar para sempre. Muitas pessoas acham que não estão aptas, mas com o andamento do julgamento, com a ouvida de testemunhas, com os debates, estarão preparadas para analisar o caso e julgar”, analisa.

Bratti também destaca a evolução tecnológica que agilizou o acesso aos autos e dispensou a necessidade de se fazer inúmeras cópias. “Também tivemos uma facilitação significativa quando da reforma do Código de Processo Penal, com a simplificação dos quesitos que devem ser respondidos pelos jurados”, frisa. Bratti está há exatos 17 anos na Vara Criminal de Laguna e pontua que é uma desafio contínuo. “Todo o Brasil registra um aumento muito grande da criminalidade, principalmente envolvendo facções criminosas”.

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