Há 140 anos morria Giuseppe Garibaldi, um dos líderes da Revolução Farroupilha e companheiro de Anita

Revolucionário participou ativamente da causa farroupilha a partir de 1838 e no ano seguinte, já em Laguna, conheceu aquela que seria sua companheira de vida e de batalhas: Ana Maria de Jesus Ribeiro. O casal ficou junto por cerca de uma década e atuaram militarmente em várias frentes de guerra, tanto no Brasil, como na Itália.
Foto: De Agostini Picture Library

Um dos principais nomes da Revolução Farroupilha e que esteve à frente dos eventos que levaram à proclamação da República Catarinense em Laguna, no ano de 1839, Giuseppe Garibaldi morria há 140 anos, na Ilha de Caprera, localizada no Mar Mediterrâneo ao Norte de Sardenha (Itália). Era 2 de junho de 1882.

Garibaldi nasceu em 1802, em Nice, então pertencente à Itália. Desde a juventude, atuou em defesa de causas republicanas na Europa e América do Sul, o que lhe rendeu o título de herói dos dois mundos. Seu nome começou a ficar conhecido pelo movimento Jovem Itália, surgido para estabelecer a unificação italiana sob república, feito que foi conseguido a partir da segunda metade do século 19.

O revolucionário participou ativamente da causa farroupilha a partir de 1838 e no ano seguinte, já em Laguna, conheceu aquela que seria sua companheira de vida e de batalhas: Ana Maria de Jesus Ribeiro. O casal ficou junto por cerca de uma década e atuaram militarmente em várias frentes de guerra, tanto no Brasil, como na Itália. É atribuída a ele a denominação de Anita para a jovem lagunense, já que essa seria a versão em italiano de seu apelido: Aninha. Antes de voltar ao solo italiano, foi comandante militar no Uruguai.

“Naquele longínquo ano de 1882 foi sepultado naquela ilha um homem que já povoava a imaginação de todo mortal que nutrisse sentimentos libertários, um personagem profundamente aclamado como herói real, daqueles que só existiam em contos ou em óperas. Fato atípico ocorreu momentos após sua morte, quando uma violenta tempestade irrompeu em Caprera, ao entardecer, obrigando as personalidades presentes a ficarem na ilha durante toda a noite e por mais alguns dias em toscas acomodações, já que a ilha não possuía outras acomodações que não fosse a casa de Garibaldi”, comenta o historiador Adílcio Cadorin, em artigo divulgado pelo Instituto Cultural Anita Garibaldi (CulturAnita), de Laguna.

A morte de Garibaldi repercutiu pelo mundo e foi destaque em inúmeros jornais. Dada a sua importância histórica, militar e política – ele chegou a atuar no Parlamento da Itália em 1874 –, os deputados franceses chegaram a suspender as atividades legislativas para reconhecer luto em sua memória. O companheiro de Anita está sepultado na ilha onde faleceu. “Sobre sua esquife foi colocada uma simples estrela, a mesma que usou quando com os Mil, iniciou o terceiro e vitorioso período da unificação italiana. Nenhuma data ali foi colocada, nenhuma frase! Somente um nome foi inscrito no frio granito: ‘Garibaldi”, relata Cadorin.

Em Laguna, o revolucionário foi homenageado com um busto na praça Vidal Ramos e tem seu nome cotado para denominar a futura ponte sobre o Canal da Barra, a popular Ponte do Pontal.