Novos focos do Aedes aegypti são detectados e Laguna investiga caso de dengue

Presença do vetor foi detectada em armadilhas fixas instaladas pela equipe de monitoramento do Programa municipal de Combate à Dengue (PCD) e em residências nas proximidades delas.
Foto: Agência Brasil

A prefeitura de Laguna informou ter confirmada a existência de mais focos de larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Agora, a presença do vetor foi detectada na região do bairro Esperança. Um caso de contaminação pela doença também já é investigado pela Vigilância Epidemiológica.

Na última semana, focos tinham sido encontrados no bairro Portinho. Desde então, o setor de Combate às Endemias reforça o trabalho de vigilância que já vinha realizando. A presença do vetor foi detectada em armadilhas fixas instaladas pela equipe de monitoramento do Programa municipal de Combate à Dengue (PCD) e em residências nas proximidades delas.

No município, são 146 armadilhas instaladas na cidade – sendo 31 em pontos estratégicos, como cemitérios, borracharias e ferros velhos – em locais vulneráveis à presença do mosquito. O tempo de inspeção varia de 7 a 14 dias.

“A situação do nosso município é de alerta, pois temos cidades vizinhas com focos, e estamos encontrando muitos pontos com água parada nas residências que temos vistoriado, felizmente as larvas encontradas são de outras espécies de mosquitos, mas todo cuidado é pouco nesse momento chuvoso”, destacou Suelaine Amaro Virgínia, coordenadora substituta da equipe de Endemias municipal, em entrevista recente a Agora Laguna.

As equipes se concentram na vistoria aos imóveis em um raio de 300 metros a partir do local em que o foco foi encontrado. “É um trabalho lento, pois a equipe vistoria os imóveis um a um em busca de pontos com acúmulo de água nos terrenos e nem toda a população é receptiva a equipe de endemias”, explicou Suelaine.

Boletim mais recente da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina apontou a notificação de 31,9 mil casos de dengue no estado, sendo que 14,4 mil se confirmaram e pouco mais de 6 mil foram descartados. Na região, Imbituba é considerada infestada com 26 focos já detectados e em Pescaria Brava, houve dois registros de presença do mosquito, mas já controlados.

Aedes aegypti

Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana. Menor do que os mosquitos comuns, é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.

O macho, como de qualquer espécie, alimenta-se exclusivamente de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amaduramento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que lhes oferece melhores condições de sobrevivência. No momento da postura são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes. Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.

Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco menos de 30 minutos. Em um período que varia entre sete e nove dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito: ovo, larva, pupa e adubo. O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda criadouro naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.

“A melhor maneira de prevenção é quebrar a cadeia de transmissão, evitando o acúmulo de água parada, coisa que nossa população sabe, mas acaba esquecendo. Tivemos o Covid e o foco na dengue ficou por parte de muitos esquecida. Qualquer ponto de água desde uma caixa d’água, piscina, laje, até uma tampinha de garrafa Pet é preocupante. A atenção aos quintais e entorno de nossas residências é fundamental para que nosso município se mantenha sem a circulação da doença”, disse a coordenadora substituta.

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