Empatia e respeito: o exemplo que vem da casa de dona Ivani

Há quatro anos, uma simpática senhora não gostou de saber que havia casos pelo país de pessoas que tratavam mal as equipes de coleta de lixo. Por isso, quis mostrar que o respeito e empatia ainda existem.
Arquivo pessoal

Salvo as condições de tráfego, nada impede os coletores de passarem nas ruas de Pescaria Brava recolhendo o lixo deixado em frente às residências nos dias de passagem do caminhão. Seja na mais forte chuva ou no dia mais quente do ano, a equipe está lá. Tudo isso para garantir que os munícipes tenham o serviço de coleta regular. Nesse caminho de trabalho, há várias situações que os funcionários enfrentam: desde o descarte irregular de lixo à falta de respeito.

Mas também há quem vá na contramão disso e ofereça aos profissionais uma dose de empatia. Ou melhor, uma garrafa. Faz quatro anos que nas quintas-feiras de Ivani Maria Henrique da Silva, 63, cumpre uma missão especial. E a moradora de Barreiros, em Pescaria Brava, está lá em todas as semanas.

O caminhão que faz a rota em seu bairro é recebido com muito entusiasmo pela senhora que, sabendo da rotina — muitas vezes cansativa — abre as portas de sua casa para equipe parar por um momento e se refrescar com uma água bem gelada, principalmente no verão.

“Minha nora viu uma postagem de que tem pessoas que humilham os garis e ela não gostou. Além de serem filhos de Deus, eles fazem um serviço esforçado, merecem todo respeito, carinho e precisam ser tratados com respeito”, explica Ivani.

A escolha da água tem um significado também. Como a estrada é íngreme e tem um caminho com pequenos morros, ela imaginou que isso os deixaria cansados e com sede. “Então no verão, eu boto na geladeira e no inverno não, pois é frio”, descreve. O desejo da simpática senhora, revela, é que mais pessoas fizessem isso.

O gesto de empatia é reconhecido pela equipe. “É uma atitude nobre da parte dela e da família nos dias de hoje. O nosso serviço é essencial mas tem gente que tem um certo receio com o caminhão, mas uma minoria é claro”, comenta o motorista Cristiano Menezes. O profissional sabe bem como é enfrentar um sol de mais de 30° graus ou o frio com queda busca da temperatura. “Esse gesto faz toda a diferença”.

Na próxima quinta-feira, é provável que o tempo esteja formado por sol com algumas nuvens. Se bem que a previsão pode mudar até lá. O que não muda é rotina do caminhão e a disposição de dona Ivani. “Na quinta nem saio de casa, fico esperando eles. Gosto muito de todos eles”.

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