Trajetória das baleias é acompanhada por terra e ar

Foto ilustrativa

As gigantes já estão no litoral brasileiro. Sempre nesta época do ano, as baleias-francas deixam as águas geladas da Antártida em busca de mares mais quentes e calmos para facilitar a reprodução, amamentação e o nascimento dos filhotes. Essa trajetória que os mamíferos fazem é acompanhada por um programa de monitoramento que inclui viagens de helicóptero e acompanhamento por terra.

A ideia dessa ação, que monitora baleias até novembro, é aumentar o conhecimento acerca da ecologia da espécie frente às atividades portuárias. O programa acontece há 12 anos é uma parceria da SCPar Porto de Imbituba, Acquaplan e o Instituto Australis, entidade especializada no estudo das baleias-francas.

De acordo com a autoridade portuária, a metodologia de avistamentos do porto abrange monitoramento aéreo e terrestre. Diariamente, duas equipes ficam em terra, de prontidão em dois pontos estratégicos no litoral, nas praias do Porto e da Ribanceira, em Imbituba. O tempo de observação padrão é de seis horas diárias, divididas em dois turnos, podendo variar de acordo com a quantidade de horas/luz diárias e condições climáticas, bem como a movimentação de navios.

Já as viagens aéreas ocorrem por helicóptero ao longo da temporada. São três sobrevoos distribuídos entre os meses de julho, setembro e novembro, em toda a faixa da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, desde o Sul de Florianópolis até Torres (RS). A primeira viagem da temporada está prevista para a segunda quinzena de julho.

“Esse procedimento terrestre monitora e registra a presença das baleias-francas nas áreas próximas ao porto, obtendo informações sobre o seu comportamento, que pode ser, por exemplo, de natação, descanso e interação mãe e filhote”, acrescenta Camila Amorim, oceanógrafa e gerente de saúde, segurança e meio ambiente da SC Par Porto de Imbituba.

Como complemento, o monitoramento aéreo permite que seja analisada a distribuição das francas na região, fazer a contagem de indivíduos e identificar a presença de outros cetáceos, como golfinhos ou outras espécies de baleias.

Catalogação

Todas as baleias visualizadas são fotografadas e catalogadas com base em calosidades únicas que a espécie tem em cima da cabeça. Essa marca equivale às impressões digitais, que os seres humanos carregam na ponta dos dedos.

“Com isso, podemos saber se estas baleias-francas já estiveram por aqui em outras temporadas ou se estão sendo avistadas pela primeira vez”, afirma o oceanógrafo Gilberto Ougo, oceanógrafo da Acquaplan.

Foto: Comunicação SCPar Porto de Imbituba