PT de Laguna escolhe novo presidente municipal no domingo

O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza no domingo, 8, o Processo de Eleições Diretas (PED) em seus diretórios municipais pelo país, incluindo Laguna. Os petistas vão poder escolher o presidente local e os delegados estaduais, que participarão dos congressos que definirão os comandos estadual e nacional da sigla.

A etapa das eleições internas é considerado um dos primeiros passos da organização do partido para o pleito municipal de 2020. De acordo com os dados divulgados pela agremiação em todo o país, cerca de 2,3 milhões de filiados comparecerão aos locais de votação para definir os rumos da sigla.

Em Laguna, a chapa foi montada no consenso dos filiados. Atual presidente, Nivaldo Rodrigues, que assumiu o cargo depois da morte de Claudionor Dias Pereira, no ano passado, concorre à reeleição em composição única.

“Nossa meta é fortalecer o Partido dos Trabalhadores no município, e também estudual e nacionalmente, para que a gente saia fortalecido internamente. Com esse fortalecimento, mostramos à sociedade que o partido está unido com propósito de concorrer às eleições e levar à sociedade garantias de que o PT está junto do cidadão mais necessitado”, comenta Rodrigues.

Ao ser questionado, o atual presidente diz que o PT de Laguna aguarda os encaminhamentos do PED para que possa iniciar as conversas para as eleições de 2020. “Hoje a sociedade sabe que quem governa para a sociedade é o PT. [Então] Vamos nos fortalecer para ano que vem, mostrarmos à sociedade que o rumo será dado pelo Partido dos Trabalhadores”.

O partido iniciou recentemente campanha de captação de filiados de olho no próximo pleito – ao contrário das demais siglas, o estatuto petista diz que quem quer se candidatar deve estar filiado um ano antes da eleição de interesse. A eleição petista em Laguna acontece na sede do partido, das 8h às 17h, com roda de conversa antes do meio-dia junto dos filiados históricos e mais jovens.

Dois ex-deputados querem o comando estadual

No âmbito estadual, o presidente do partido será definido em congresso que será realizado em outubro. Desde o início das tratativas, figuras históricas do petismo catarinense colocaram seus nomes à disposição, mas retiraram em busca de uma chapa consenso a exemplo de Laguna.

Petista de Saudades, o ex-deputado estadual Dirceu Dresch se colocou a disposição para coalizar as correntes internas da legenda visando unir os filiados. “Quero ser o grande articulador de um grande movimento de reestruturação do partido nos grandes e pequenos municípios do estado. O PT do estado tem muita força e já mostrou isso”, detalhou Dresch, em entrevista ao Portal Agora Laguna, quando esteve em reunião com os petistas da cidade.

No contraponto está o ex-deputado federal Décio Lima, que concorreu ao governo catarinense em 2018 – chegando a liderar pesquisas eleitorais, mas ficando em 4° lugar na votação do 1° turno – e quer comandar o partido novamente.

Ao Portal, Lima disse que pretende romper as barreiras de aproximação da sociedade catarinense, promovendo inclusão de todos os setores sociais. “Minha intenção, se eu continuar presidente do PT, será essa: a de construir um projeto de poder para SC, que jamais teve a oportunidade histórica de experimentar. Evidente que se o PT não fizer essa opção, nós iremos incorrer na oportunidade rica que estamos tendo de podermos tocar significativamente a história do nosso estado”, afirma o ex-deputado.

Apesar de concorrerem pelo comando em duas teses distintas, tanto Dresch, quanto Lima, apontam que o partido passa por um momento difícil em sua história. Os dois candidatos avaliam que, mesmo com crescimento vertiginoso de partidos alinhados à direita como o PSL, o cenário político ainda garante espaço para a existência do PT.

“O PSL de hoje é o PRN de ontem [partido que elegeu o presidente Fernando Collor em 1989]. A democracia já mostrou no mundo inteiro que essa onda que acontece tem início e prazo para terminar de forma muito rápida e isso não vai ter ambiente, principalmente em um país humanista”, avalia Lima. “Estamos vivos nesse debate e polarizando. A sociedade está comparando o Governo Bolsonaro e o Governo Lula/Dilma e com certeza, hoje, muita gente está arrependida de ter eleito Bolsonaro”, enfatizou Dresch, em agosto.

Dresch e Lima disputam a preferência dos petistas de Santa Catarina – Fotos: Editoria de Arte/Luis Gustavo Debiasi/Agência AL e Gustavo Lima/Congresso Nacional (E)

Congresso elege presidente nacional

O 7º Congresso do PT além de definir os presidentes estaduais, representa a última etapa do PED com a escolha do nome que comandará o partido nacionalmente. A atual presidente, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) se apresentou à reeleição com aval do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que está detido em Curitiba (PR) há mais de um ano.

Além da paranaense, anunciaram candidaturas os deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP). Em disputa, também estão as chapas com as teses que serão levantadas pelo partido, ao todo nove inscrições foram feitas cada uma com seu programa para a legenda.