Museu Anita Garibaldi é o único de SC adequado nove meses após força-tarefa, aponta levantamento

Levantamento do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBM-SC) realizado nove meses após o início da força-tarefa de vistoria dos museus do estado, iniciada pelo Ministério Público catarinense (MPSC), apontou que até o momento apenas o Museu Histórico Anita Garibaldi, de Laguna, está adequado com as normas de segurança exigidas pela corporação. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo portal G1 Santa Catarina, responsável por solicitar a produção do relatório.

A primeira fase da força-tarefa visitou 14 museus desde novembro de 2018. À época, o órgão disse que não havia identificado problemas estruturais graves no museu de Laguna, mas elencou que deveria ser realizada a troca de extintores de incêndio e iluminação de emergência.

De acordo com a presidente da Fundação Lagunense de Cultura (FLC), Mirella Honorato, todos os itens exigidos na vistoria foram cumpridos. Ela acrescenta que a fundação recebeu com surpresa a notícia de que o Museu Anita Garibaldi é o único, por enquanto, a estar totalmente apto perante aos órgãos regulamentadores.

“Fizemos aquisição de todos os equipamentos como luzes de emergência, extintores de emergência e planos de rotas de fuga, além de treinamentos de pessoal para o uso desses itens”, destaca, acrescentando que o museu também está com os alvarás de funcionamento em dia.

Conforme os dados apresentados pelo G1, seis museus estão em fase de regularização: Paz (Jaraguá do Sul); Homem do Sambaqui Pe. João Alfredo Rohr (Florianópolis, que está com plano firmado para ser executado até abril de 2020 e funciona com atestado provisório, segundo o CBM-SC); Histórico Emílio da Silva (Jaraguá do Sul); Willy Zumblick (Tubarão); Histórico Thiago de Castro (Lages); e Nacional do Mar (São Francisco do Sul).

Acrescenta a reportagem do site, que um relatório divulgado em 2016 pelo Cadastro Catarinense de Museus, da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), identificou 258 museus no estado, em 126 cidades – 23 estavam inativos, 13 extintos e 22 em projeto. Os dados apontaram que 43,86% dos locais não tinham declaração ou documento oficial permitindo a autorização de funcionamento expedido pelos órgãos responsáveis, como o Corpo de Bombeiros.

“Se não preservarmos corremos o risco de perder a nossa própria história, da nossa própria memória como povo, coletividade. Por isso, a prevenção é a melhor medida, porque uma vez ocorrido um dano, esse dano é de praticamente impossível reparação”, disse a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Luciana Cardoso Pilati Polli, à reportagem do G1.

Técnicos do MPSC vistoriaram museu em novembro de 2018 – Foto: Divulgação/Comunicação MPSC/Arquivo