UDN-SC conquista assinaturas necessárias e diretório deve ser homologado em breve

Santa Catarina concluiu o processo de coleta de assinaturas de 5% do eleitorado do estado para a criação do diretório da União Democrática Nacional (UDN). A informação foi divulgada na noite desta quarta-feira, 1º, pela coordenação-geral da sigla.

“Agora temos que aguardar a conferência das assinaturas feitas pelo cartório eleitoral. Mas até agosto teremos executivas municipais em pelo menos em 200 municípios catarinenses”, explica o coordenador-geral do partido em SC, Júlio Lopes, ao Portal Agora Laguna.

Apesar de o partido ter conseguido o número mínimo de assinaturas no estado, a UDN precisa ter pelo menos três executivas formadas em cidades catarinenses. Até o momento a legenda obteve apenas a formação da diretoria em Erval Velho, no Oeste – Otacílio Costa deve ser o próximo município a receber a sigla.

“Próximo passo são os três municípios cumprirem a meta e isso deve acontecer antes de 10 de maio”, destaca Lopes, que deve ser escolhido como presidente da sigla. O diretório estadual aguarda apenas a conclusão desse processo para ser homologado oficialmente junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Santa Catarina.

Laguna no foco da legenda: ‘Cidade não pode ser arcaica’

Em Laguna, o partido está sendo coordenado por Lázaro Reis. “A necessidade de ter a força de direita aqui na cidade é grande. A cultura do ‘eu voto se me pagar’ tem que acabar e por isso a UDN surge para moralizar”, comenta. A meta da sigla é conseguir 1,6 mil assinaturas de apoio para a homologação local.

Para ele, a cidade tem espaço para receber o partido. “A cidade de Laguna é histórica e não pode ser arcaica também nos pensamentos. Vem uma ideia nova, uma visão das coisas com mais transparências. E Laguna tem tudo para crescer com o partido”.

Acerca das metas e objetivos, o coordenador afirma que o principal alvo no momento é a homologação do partido na cidade e a partir daí se traçariam outros planos para a legenda em Laguna. “Fomos apresentados à ideia em 30 dias, e a medida que as pessoas vão ouvindo e que os mais antigos vão falando da UDN, e vai passando isso, nós vamos conseguindo chegar ao nosso objetivo”, finaliza Reis.

‘Para nós, o governo é Bolsonaro’

A UDN, como explica o coordenador, será um partido de situação, aliado com o governo de Jair Bolsonaro e com o PSL, desde que a sigla do presidente esteja em sintonia com o ex-deputado federal. “Para nós o governo é Bolsonaro. Se o governador, por exemplo, tomar outro caminho o problema é dele. Nós somos Bolsonaro, desde a hora que ele cumpra tudo aquilo que ele prometeu e que está fazendo. Se sair fora da linha, provavelmente sairemos juntos”, explica.

Ainda sobre o PSL, Lopes garante que não houve conversa com nenhum deputado ou senador catarinense para que faça migração para o novo partido – nem mesmo seu filho, Jessé Lopes, deputado estadual. “Nós não convidamos ninguém e sabemos que tem muitos candidatos que ganharam pelo PSL e que não vão vir para a UDN”, pontua.

Quando perguntado se há espaço para a inclusão de mais um partido no cenário político – atualmente, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), existem 34 legendas – o odontólogo é enfático: “Há mais de 50 na fila para ser homologado, mas ninguém chega às mais de 400 mil assinaturas. O último foi o Partido Novo [em 2015]”. Lopes acredita que o abono da agremiação no Estado deverá incentivar os udenistas a nível nacional, em referência aos apoiamentos.

Cancelamento de extinção é pedido ao TSE

A expectativa mais promissora dos udenistas é de que os processos de homologação da UDN estejam concluídos até setembro deste ano junto ao Tribunal Superior Eleitoral, a tempo de participar das eleições de 2020 (saiba como como criar um partido aqui).

Uma das formas de viabilizar o retorno da UDN ao cenário político nacional foi protocolada pelo advogado Marco Antônio Vicente, um dos fundadores da nova sigla, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trata-se de um requerimento administrativo para que seja revogada a resolução nº 7764/1965, que sacramentou a extinção original do partido naquele ano.

Se anulado o texto, Vicente pede que seja restabelecida a resolução nº 296/1945, da mesma corte, que naquele ano permitiu o registro definitivo do partido. O requerimento feito pelo jurista é uma tentativa de adiantar os processos de homologação da UDN, a tempo das eleições de 2020.

“Com a refundação do partido UDN, nós vamos resgatar o que foi feito no passado e vamos trabalhar para que os direitos dos cidadãos sejam respeitados, para que a democracia seja fortalecida, e para que as instituições tenham independência”, afirmou em entrevista ao portal G1.