Estudo em SC aponta perigos ocultos dos cigarros eletrônicos

Resultados mostraram a presença de octodrina, uma substância estimulante do sistema nervoso central não declarada nas embalagens dos produtos.
Foto: Sarahjohnson1/Pixabay

Um estudo divulgado esta semana levantou os perigos associados aos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), também conhecidos como cigarros eletrônicos, vapes ou pods. A pesquisa foi feita pela Polícia Científica (PCI) com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Embora proibido, o uso clandestino tem crescido, especialmente entre os jovens. O estudo foi divulgado no Congresso Brasileiro de Toxicologia e analisou amostras apreendidas em Joinville, no Norte do estado, com técnicas como cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS).

Os resultados mostraram a presença de octodrina, uma substância estimulante do sistema nervoso central não declarada nas embalagens dos produtos. Também conhecida como dimetilhexilamina (DMHA), a octodrina possui propriedades semelhantes às anfetaminas e apresenta riscos significativos à saúde, incluindo efeitos adversos cardiovasculares e potencial para dependência. A detecção dessa substância em todas as amostras analisadas levanta preocupações quanto à falta de transparência na composição dos DEFs disponíveis no mercado clandestino. Os achados alertam para o risco ainda maior do consumo desse tipo de dispositivo.

Para a perita criminal bioquímica Gisele Parabocz, uma das responsáveis pela análise, “a investigação detalhada desses produtos em Santa Catarina é essencial para entender melhor os riscos associados ao seu consumo e para embasar políticas públicas de saúde mais eficazes. Ela enfatiza a importância da fiscalização rigorosa desses produtos irregulares”. O estudo colaborativo reforçou o papel da ciência forense na identificação e mitigação dos riscos à saúde pública. Projetos futuros estão planejados para expandir a pesquisa, incluindo uma maior diversidade de amostras, visando fornecer mais insights sobre a composição química dos DEFs e seus potenciais efeitos adversos.

Notícias relacionadas