Tem coisas que não dá para ficar guardando. É preciso soltar, como forma de alerta, pois o tempo passa.

Ver as ruas cheias da cidade azul e o Centro iluminado. Duas carretas passando para lá e para cá animando e as lojas decoradas. Que inveja, Tubarão.

Ver o clima de alegria, a família (re)unida, o povo batendo fotos, todo mundo sorrindo. Que inveja Tubarão.

Ver ambulantes de Laguna vendendo seus produtos na cidade vizinha. Olhar para o lado e, pasmem, já estão anunciando bailes de Carnaval — e olha, “só” estamos em dezembro. Que inveja, Tubarão.

Acho que nunca pensamos em dizer isso. Mas, como lagunense, dói chegar em dezembro e ver a nossa cidade sem clima para comemorar. Que inveja, Tubarão.

Onde foi será que erramos? Dizemos erramos, pois temos de nos incluir nesse grupo. A verdade é que nos acostumamos a ver tudo “cair do céu”. E poucos são os que correm atrás para fazer realizar algo. Esperamos um milagre. Lá não, tem planejamento prévio, tem organização. Que inveja, Tubarão.

Acostumamos a ver as coisas prontas, sem querer evoluir. É a história de deixar tudo para cima da hora. “Relaxa, que na hora a gente vê”, dizem alguns. Repetimos: até ambulantes de Laguna estão deixando a cidade, queimando gasolina, só para fazer um trocado a mais. Que inveja, Tubarão.

Não é complexo de vira-lata, é a mais pura verdade. Em pleno dezembro, estamos discutindo se vai ter ônibus ou se vai ter pagamento, se é culpado ou inocente, se a pasta é de ouro ou o dente é de diamante. Fica a impressão que Papai Noel riscou o nome da cidade na lista.

Infelizmente, Laguna deixou de ser protagonista, para ser mera figurante. Até a virada de Imbituba vai ser mais animada que a nossa. Vai ter até o Daza. E já viram a programação de Balneário Rincão?

Por isso, sabemos que é pecado, mas que inveja, Tubarão!

Ou melhor. Parabéns, Tubarão!