Um grupo de pescadores da região do Farol de Santa Marta deixou a ilha para conversar com as autoridades públicas e políticas do município e manifestar o descontentamento com a decisão federal de encerrar a pesca com emalhe anilhado. A ação acontece ao longo desta sexta-feira, 23.
Com 45 anos de pesca, uma prática que faz desde a adolescência, o pescador Elizeu da Silva classificou a medida como “revoltante”, “tristeza” e não escondeu sua insatisfação frente aos prejuízos causados pelo encerramento da safra. Ele mostrou notas fiscais que registram seu investimento de pouco mais de R$ 20 mil com embarcação, combustível e tripulação.
“Agora que o peixe chegou, não nos deixam pescar”, lamenta. A pesca anilhada foi proibida na quarta-feira, 21, mas os barcos tiveram até quinta-feira, 22, para fazer a descarga se ainda estivessem no mar. “Quem vai pagar esse prejuízo para nós? Nós não podemos trabalhar, enquanto outro estado não teve nada de cota”, desabafa.
A mesma indignação é compartilhada por Manoel Silveira, que se define como “pescador a vida inteira”. “Ninguém sabe de onde veio esse peixe que bateu a cota e já fecharam”, comenta. Além da Polícia Ambiental, o grupo foi à Câmara e à sede da prefeitura. “Muitas embarcações não conseguiram pegar nenhuma tainha, eles querem que seja revista a portaria ainda esse ano para que consigam sustentar suas famílias”, resume a secretária adjunta de Pesca de Laguna, Maria Aparecida Santos.
Contraponto
Agora Laguna encaminhou questionamentos ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) sobre o assunto e até o momento, nenhuma posição foi enviada à Redação.
