Sem ter onde treinar, o Genoma Colorado de Laguna será extinto. Fundada no começo do milênio e mantida com muito esforço e campanhas sucessivas de captação de recurso, a entidade de futebol juvenil teve seu fim anunciado por Geraldo Oliveira, o Tchú, responsável pela administração. A decisão será oficializada em 5 de maio, quando a escolinha completaria mais um aniversário.
Em duas décadas, os times formados para a participação de campeonatos pela região, com equipes sub-12, sub-15 e sub-17, por exemplo, revelaram atletas lagunenses que ainda hoje estão na ativa. Paulo Ricardo, atualmente no futebol do Oriente Médio, e Anderson Rosa, contratado da Portuguesa-RJ, são alguns dos jogadores lapidados pela escolinha, que tinha parceria com o Sport Club Internacional, de Porto Alegre (RS).
De acordo com Oliveira, a decisão de encerrar as atividades foi difícil de ser tomada e tem ligação com o estado atual das praças esportivas de Laguna. Os jogadores colorados costumavam usar os campos públicos do Centro Social Urbano e do antigo Laguna Esporte Clube (LEC) para treinar, mas ambos estão inativos: o primeiro foi desativado com a extinção da entidade e o segundo está abandonado e transformado em depósito de entulhos.
“Nós não temos condições de ter eventos esportivos em nossa cidade. Passamos vergonha. Os campos são pastos, não tem iluminação ou alambrados”, dispara o fundador do Genoma lagunense, que atua na formação de atletas há mais de três décadas. Oliveira diz que ainda buscará conversas com autoridades públicas para chamar atenção para a necessidade de avaliar a situação dos estádios do município.
Outro fato que influenciou na decisão foi a questão financeira. “Participamos de um campeonato, arrumamos despesa em cima de despesa e foi prejuízo em cima de prejuízo”, relata Oliveira. No último ano, a escolinha disputou a competição da Liga Atlética Verde Vale e jogou contra várias equipes da região sul-litorânea catarinense.