Uma ex-servidora denunciou o vereador Rodrigo Bento (PL) por assédio sexual ocorrido no ambiente da Câmara de Vereadores de Laguna. O caso chegou ao conhecimento da Procuradora Especial da Mulher, órgão interno do Legislativo, na última sexta-feira, 3, quando começou a dar os primeiros encaminhamentos aos fatos.
Um documento obtido pelo Portal, neste domingo, 5, elaborado dois dias antes resume os fatos. O ofício é assinado pela vereadora Nádia Tasso Lima (União), que ocupa a função de procuradora da Mulher na Casa legislativa. O texto resume os fatos, que teriam ocorrido no dia 5 de outubro do ano passado, mas que só foram denunciados no começo de 2023. “Por volta das 14h, no gabinete 01, o vereador Rodrigo Bento, ora denunciado, constrangeu a, então servidora, com intuito de obter favorecimento sexual, consistente em praticar com ela ato libidinoso, prevalecendo-se de sua condição de superior hierárquico”, diz a síntese, que indica ter o político oferecido a intermediação de uma bolsa de estudos para o filho da denunciante em uma escola particular da cidade.
Segundo apurado, além do boletim de ocorrência, provas do fato também foram anexadas à denúncia apresentada à Câmara. “É inconteste que se comprovada a conduta ilícita do vereador, este deve ser punido em todas as esferas possíveis, inclusive com a cassação de seu mandato”, escreveu a vereadora no documento.
Ao Portal, em nota assinada pelo advogado Gustavo Botega (íntegra ao fim do texto), o vereador negou as acusações e disse as receber com “estranheza”, “uma vez que a ex-servidora não era sua subordinada, tampouco prestava serviços em seu gabinete”. Bento também “buscou a Polícia Civil para que fosse dado início a uma investigação, de modo que os fatos fossem esclarecidos” e disse também que a denunciante foi à Câmara “causando tumulto, impondo seu retorno ao trabalho, enquanto proferia ameaças e ofensas contra diversas pessoas que se encontravam no local”. O político divulgou um vídeo em rede social (veja aqui) e declarou ainda sofrer perseguição e ameaças de morte desde 2022.
A reportagem fez contato com a ex-servidora, que prefere nesse primeiro momento não se identificar e adota a cautela ao tratar do caso para não prejudicar as apurações. “Por recomendação do delegado, prefiro não falar muito sobre o assunto para me resguardar e com relação à minha própria segurança”. Em resposta à denúncia, a vereadora Nádia Tasso Lima formalizou pedido ao presidente Hirã Ramos (MDB) para que seja instaurado um processo administrativo para apurar o caso, além do encaminhamento dos autos à Comissão de Ética do Legislativo e órgãos fiscalizadores, como Ministério Público (MP) e Ordem dos Advogados do Brasil. A Agora Laguna, a edil disse que segue os trâmites normais e que ainda vão apurar os fatos. Ramos não retornou contatos.
Leia a nota de Rodrigo Bento
