Secretário da Casa Civil rebate Moisés e diz que ponte sairá ‘quando recursos e legalidade estiverem assegurados’

Projeto da ponte existe no imaginário lagunense, ao menos, desde a década de 1970 e foi muito ventilado nos anos 80, mas ficou arquivado. Resgatado em 2019, pela gestão de Moisés, a ideia deu um passo grande ao ter sido contratada empresa para elaboração da planta, o que foi concluído em meados de 2022, mas sem tempo hábil para licitação pelo antigo governo. Apesar da autorização para lançamento, o edital não foi adiante.
Divulgação/SIE

A troca de versões sobre a Ponte do Pontal ganhou um novo capítulo. Como resposta às declarações dadas pelo ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) a emissoras de rádio e jornais impressos em Tubarão e Criciúma, o secretário de Estado da Casa Civil, Estêner Soratto Junior, emitiu uma nota para reforçar seus argumentos. Moisés disse que não vê vontade política da gestão de Jorginho Mello (PL) de fazer a obra.

O projeto da ponte existe no imaginário lagunense, ao menos, desde a década de 1970 e foi muito ventilado nos anos 80, mas ficou arquivado. Resgatado em 2019, pela gestão de Moisés, a ideia deu um passo grande ao ter sido contratada empresa para elaboração da planta, o que foi concluído em meados de 2022, mas sem tempo hábil para licitação pelo antigo governo. Apesar da autorização para lançamento, o edital não foi adiante.

No texto, o chefe da Casa Civil fala em contradições do ex-governador. “Ele tem afirmado que a empresa vencedora da licitação seria definida apenas em julho, mas o mesmo lançou um processo licitatório em dezembro, cujo prazo final seria março. Ou seja: a empresa escolhida teria ainda, em 2023, nove meses para iniciar e executar a obra com um orçamento de apenas R$ 20 milhões, o que não é condizente com o porte da ponte”.

E reforça que a projeto precisa de revisão: “Será necessária uma revisão no projeto deixado pelo governo anterior, haja vista que os dois acessos, via SC-100 e Av. João Pinho, são em pista simples. Desta forma, a Ponte do Pontal deve seguir esse mesmo padrão, e não ser duplicada, o que diminuiria o tempo de execução e o valor da obra”. Ainda segundo Soratto Junior, a obra é uma prioridade para a região e sairá do papel “quando os recursos e a legalidade estiverem assegurados”. A íntegra do texto está ao final.

O projeto entregue previa uma ponte com extensão de 764 metros, largura total de 21,68m para abrigar quatro faixas, ciclovia e passeio), e prazo de execução das obras é 30 meses (900 dias).

Nota na íntegra

 

A VERDADE SOBRE A PONTE DO PONTAL, EM LAGUNA, EM 5 PONTOS

1) Em primeiro lugar, todas as informações sobre a obra – divulgadas recentemente em entrevistas e matérias de veículos de comunicação da Amurel – são públicas e estão à disposição de cada catarinense. Mas não bastam os fatos, é preciso ter uma narrativa correta e coerente para que a população não seja desinformada.

2) Para uma obra com custo estimado pelo próprio governo anterior de R$ 345 milhões de reais, foi reservado para o exercício de 2023, apenas R$ 20 milhões, conforme consta na Lei Orçamentária Anual, aprovada pela Assembleia Legislativa. Não é necessário ser especialista em Orçamento para compreender o tamanho da discrepância de valores, sendo, portanto, uma irresponsabilidade dar andamento à obra sem ter previsão de recursos em caixa. E mais: os novos repasses para obras do Plano 1.000, prometidas e confirmadas pelo antigo governo, foram suspensos por meio da portaria 566, assinada no apagar das luzes, no dia 28 de dezembro de 2022.

3) Há também contradições em algumas falas recentes do ex-governador. Ele tem afirmado que a empresa vencedora da licitação seria definida apenas em julho, mas o mesmo lançou um processo licitatório em dezembro, cujo prazo final seria março. Ou seja: a empresa escolhida teria ainda, em 2023, nove meses para iniciar e executar a obra com um orçamento de apenas R$ 20 milhões, o que não é condizente com o porte da ponte.

4) Além de questões orçamentárias e de prazos, há questões técnicas que precisam ser resolvidas. Será necessária uma revisão no projeto deixado pelo governo anterior, haja vista que os dois acessos, via SC-100 e Av. João Pinho, são em pista simples. Desta forma, a Ponte do Pontal deve seguir esse mesmo padrão, e não ser duplicada, o que diminuiria o tempo de execução e o valor da obra.

5) Reitero o respeito institucional à gestão anterior, mas nosso compromisso é principalmente com os catarinenses. A Ponte do Pontal é uma prioridade para a nossa região e sairá do papel, mas quando os recursos e a legalidade estiverem assegurados. Este é o nosso jeito de trabalhar, com comprometimento e muita ação, mas sem criar falsas expectativas no nosso povo.

Soratto

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