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Craque do Internacional, Edson Scott relembra talento de Pelé e destaca qualidades ímpares

Em meio às fotos que o colorado guarda com carinho, há o recorte da manchete de um jornal do Rio Grande do Sul: "Nem Pelé evitou fracasso santista". O fracasso foi o placar de 1 a 0 em pleno estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, na capital de São Paulo. Memória do ex-jogador se mostra bem ativa para descrever com detalhes o que aconteceu no jogo daquele dia 5 de dezembro.
Foto: Arquivo Pessoal/Família Scott

“Ele era um diferencial. Era o jogador completo: fazia gol, chutava com os dois pés, preparava a jogada para os outros que vinham atrás, cabeceava bem”, avalia o ex-jogador do Internacional (RS), Edson Bastos Scott, ao falar de seu xará, Edson Arantes do Nascimento. Aos 72 anos, aposentado dos gramados, o futebolista lembra das partidas que disputou contra o Santos em 1971, quando o time paulista ainda era o Santos de Pelé, tricampeão mundial com a seleção um ano antes. As fotos em preto-e-branco publicadas nos jornais gaúchos têm lugar de destaque na casa de Scott, que mora em Laguna com a família há mais de quatro décadas.

Aos 82 anos, Pelé morreu na tarde de quinta-feira, 29, após enfrentar uma longa batalha contra um câncer no cólon, que o fez ser internado em novembro deste ano. Apesar de ter apresentado resistência e quadros breves de melhor, o maior jogador da história do futebol brasileiro e atleta do século 20, teve falência múltipla de órgãos, conforme boletim médico do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo (SP).

Em meio às fotos, há o recorte da manchete de um jornal do Rio Grande do Sul: “Nem Pelé evitou fracasso santista”. O fracasso foi o placar de 1 a 0 em pleno estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, na capital de São Paulo – curiosamente, casa do tricolor São Paulo, rival histórico do Alvinegro Praiano. A memória do ex-jogador se mostra bem ativa para descrever com detalhes o que aconteceu no jogo daquele dia 5 de dezembro.

Aos 25 minutos do primeiro tempo, Scott cruzou a bola para a área, Oberdan cortou de cabeça e a bola foi certeira nos pés de Braúlio que fez o único gol do jogo. Mais adiante, Pelé teve a chance de empatar, mas acertou a trave. O Santos ficou de fora do quadrangular final e dias depois, o Inter venceria o Atlético Mineiro, em pleno Mineirão, porém não passou à decisão contra o Botafogo pelo saldo de gols, já que precisava vencer por 6 gols de diferença – resultado: o Galo de Minas Gerais foi o campeão daquele, que até 2010, era considerado o primeiro Brasileirão da história. “Mas ele era o melhor, não tinha para ninguém na época”, ameniza o craque colorado.

O ex-jogador do Internacional revela que tem assistido na televisão reportagens sobre o tricampeão do mundo e vê com calma e admiração os gols, como de número mil, marcado contra o Vasco da Gama (RJ), no Maracanã em 1969. Ele ainda lembra de uma outra passagem com o rei do futebol. A Copa-70, que consagrou a Pelé o título de majestade, foi disputada no México e na preparação para aquele torneio, a seleção brasileira foi jogar em Porto Alegre, um ano antes, contra o selecionado gaúcho, cuja maior parte dos atletas era de Inter e Grêmio. Scott ainda era juvenil do colorado e não estava obviamente no time principal. Todavia, teve oportunidade de alguns treinos com o selecionado nacional, num dos primeiros contatos com o atleta do Santos. “Tomara que tenhamos outro Pelé, mas por enquanto não apareceu outro como ele. Ele era um ‘bagre’, liso, para pegar ele no jogo era difícil”, finaliza Scott.

Reveja: Vídeo publicado no Youtube, com narração de Luiz Noriega e imagens da TV Cultura (SP), registra o gol de Braúlio com passe de Edson Scott

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