O filhote recém-nascido de boto-pescador encontrado sem vida na manhã de sábado, 9, pode ter morrido naturalmente, segundo conclusão científica da equipe de médicos-veterinários que alisou o animal. Os resultados do trabalho de necropsia realizado pelos pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS/Udesc) foram divulgados na tarde deste domingo, 10.
O PMP-BS destacou que o processo de biometria constatou que se tratava de uma fêmea de 19,6 quilos, 1,24 metro de comprimento e que estava em estado de decomposição avançado. Essa condição dificulta o trabalho de necropsia por impedir a coleta de algumas amostras para análises complementares devido à autólise celular.
A autólise é um processo natural que ocorre após a morte do animal e é caracterizado pela destruição de células e tecidos por enzimas que existem no corpo do boto. “Por esse processo iniciar assim que o animal morre, quando já se passaram muitas horas de sua morte, dificulta ou impede a realização da histopatologia [análise microscópica de cada tecido coletado]”, esclarece a médica-veterinária Gabriela Cristini de Souza.
As amostras coletadas podem não dar um resultado claro, segundo o PMP-BS, em virtude da autólise. “Com as evidências encontradas a causa da morte pode ser considerada de origem natural”, informou a comunicação do projeto.
O filhote não tinha o cordão umbilical cicatrizado e possuía dobras fetais evidentes, cicatrizes dos pelos vestigiais e os dentes não tinham entrado em erupção ainda. A necropsia também descartou que as marcas encontradas no corpo do animal foram produzidas por contato com redes de pesca. Esse foi o primeiro caso de boto-pescador morto em Laguna em 2021.