Previous
Next

Ana Campagnolo reafirma posição de oposição e lamenta afastamento entre Moisés e Bolsonaro: ‘Postura indigesta’

Previous
Next

Em uma de suas raras conversas com a imprensa, a deputada estadual do PSL, Ana Caroline Campagnolo reafirmou sua posição de independência em relação ao governo de Carlos Moisés da Silva, apesar de ser do mesmo partido. A relação entre ambos está estremecida desde que surgiu a informação de que o governador teria pedido a expulsão da deputada, junto do colega de bancada Jessé Lopes.

Ana Caroline esteve em Laguna na noite de segunda-feira, 10, acompanhada do marido, o policial militar Thiago Galvão, que fez o cerimonial da aula inaugural do Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires – Núcleo Jerônimo Coelho. Na saída do evento, a parlamentar concedeu rápida entrevista exclusiva à reportagem do Portal Agora Laguna.

Para o ano legislativo que teve início há uma semana, a deputada afirma que uma de suas metas está em acelerar a tramitação de projetos apresentados ainda durante 2019, mas que têm caminhado “com lentidão”.

“Conseguimos que dois projetos fossem aprovados na Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) [em 2019] e sobre educação é importante mencionar o nosso projeto aprovado [na comissão] no início desse ano que prevê exame toxicológico para todos os professores contratados na rede estadual”, diz Ana Caroline, que é autora de outra iniciativa que diz respeito a criação de um programa denominado “Infância sem pornografia”.

Na entrevista, a pesselista frisou que fez indicações ao governo estadual para aplicação de verbas em rodovias e escolas de responsabilidade do Estado, e que espera que os pedidos sejam atendidos pela Casa d’Agronômica. A deputada adiantou que tem se empenhado em buscar recursos para a reforma do colégio Martinho Ghizzo, de Tubarão.

Questionada se há possibilidade de veto aos pedidos e projetos pelo governador Carlos Moisés, Ana Caroline apontou que as chances são reais, por causa do afastamento político entre os dois. “Como nosso governador de Estado tem levado as coisas para o lado pessoal e tem uma postura de se envaidecer ou de se afetar pessoalmente quando as coisas não saem como ele gostaria, acredito, sim, que poderá vir a vetar todos os meus projetos de lei, assim como tem ignorado minhas indicações e proposições […] o que é uma infelicidade. Espero estar errada e que isso não aconteça, se não teremos que lutar com o dobro de força e certamente isso não é saudável para o espírito democrático”, dispara.

Redução do ICMS e reaproximação com presidente

Apoiadora declarada das ações do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), Ana Caroline – que chegou a aparecer em foto em que dizia ‘estar fechada com o presidente’, em sinal de apoio quando o chefe do Executivo anunciou a saída do PSL – defende a campanha informalmente chamada de “Zera, governador”. A mobilização é endossada também pelo deputado Felipe Estevão.

A campanha surgiu como uma brincadeira de Bolsonaro, porém tomou força entre seus apoiadores que têm pressionado os governadores a reduzir a zero os impostos cobrados sobre o combustível. O presidente desafiou os mandatários estaduais após o preço cobrados nas bombas não ter baixado, mesmo com a diminuição de alíquotas federais.

“Sabemos que é uma quantidade considerável de recursos para se renunciar, mas é possível, sim”, afirma a pesselista. Ela cita como exemplo de gastos que podem ser economizados, a compra de veículos vistos como sendo de luxo para uso da Secretaria de Estado da Educação (SED).

O governo se defendeu, em nota, dizendo que os carros “permitirão à SED tirar de circulação automóveis que já não se encontram em condições de trafegar, consumindo recursos e oferecendo risco aos servidores”. “Existem lugares que se podem cortar, inclusive do ponto de vista de privilégios da Assembleia Legislativa, dos funcionários públicos, entre vários outros que podem ser benéficos para Santa Catarina”, pontua a deputada.

Ana Caroline destaca que Moisés deveria seguir exemplos de outros governadores como Ronaldo Caiado (PSD-GO), Gladson Cameli (PP-AC) e Mauro Carlesse (DEM-TO).

“Seria uma forma de mostrar que tem a intenção de se aproximar do presidente Bolsonaro. É muito triste ver esse afastamento. Tínhamos tudo para como catarinenses, com o governador do mesmo partido do presidente da República, estarmos, de maneira legítima e sem nenhum tipo de conchavo evidentemente, alçando um lugar especial no coração do presidente. Infelizmente, pela postura indigesta do nosso governador isso não tem acontecido”, frisa.

Previous
Next

Notícias relacionadas