Pesquisadores recolhem boto morto encontrado em praia

Um boto da espécie Tursiops truncatus foi localizado morto por banhistas na Praia do Itapirubá, balneário localizado entre as cidades de Laguna e Imbituba. O recolhimento foi feito na semana passada, mas só foi divulgado neste sábado, 27.

Conforme o professor da Udesc, Pedro Castilhos, coordenador do projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS/Udesc), em Laguna, o animal estava em estado de decomposição quando foi retirado da areia pela equipe do órgão, provocando a perda de “algumas informações importantes para identificar o indivíduo (nadadeira dorsal e coloração)”. “Assim como compromete a visualização de marcas externas de rede ou coisa parecida”, completa.

As análises que foram feitas, indicam que o animal seria um indivíduo adulto, por conta de sua dentição e tamanho. “Coletamos o que foi possível em especial para genética”, diz Castilhos. Não foi possível determinar se o boto encontrado pertence à população do Molhes da Barra, em Laguna.

Instituto cria plano de conservação para espécie

Recentemente, os botos-pescadores de Laguna se tornaram personagens de um plano de conservação de espécie elaborado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC), apresentado na última quinta-feira, 25, às entidades envolvidas com a preservação do botos locais.

O IMA informou que na reunião foi montada a matriz de operação, com planejamento estratégico para a conservação dos botos, incluindo: o fortalecimento da fiscalização e integração dos órgãos; envolvimento da comunidade local na conservação dos botos-pescadores por meio de atividades educativas em escolas no município e na inclusão da temática nas atividades de educação ambiental do IMA.

Também fazem parte do plano, o monitoramento e avaliação da causa morte dos botos; avaliação da prevalência de doenças de pele na população; e garantia da manutenção do monitoramento da população em longo prazo, entre outras.

De acordo com o órgão, será revista agora a matriz de planejamento e após consolidação das etapas, o documento deve ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que fará sua publicação em portaria. A partir deste último caso são efetivadas as ações.

O que fazer quando encontrar um animal marinho

Caso algum animal marinho vivo ou morto seja encontrado, entre em contato com o projeto pelo telefone 0800-642-3341. O acionamento permite o deslocamento de uma equipe de veterinários e pesquisadores ao local para resgate dos espécimes.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

A iniciativa tem objetivo de avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

Dividido em 15 trechos, o PMP-BS abrange a faixa marítima de Laguna até Saquarema (RJ). O primeiro trecho, de monitoramento, entre Laguna e Imbituba e o segundo, de reabilitação e necropsia, entre Imbituba e Governador Celso Ramos, têm a coordenação da Udesc.

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