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Segurança diz ter sido vítima de racismo em pub no Mar Grosso: ‘Macaco’

O homem revelou ao Portal que acionou uma advogada para buscar seus direitos. "Independente do poder aquisitivo, todas as pessoas tem que ser tratadas iguais", diz.
Divulgação

Um homem negro, 33 anos, que presta serviços como segurança em um barzinho (pub) no bairro Mar Grosso, registrou um boletim de ocorrência após ter sido vítima de injúria racial, na noite do último domingo, 6.

Nesta quinta-feira, 10, ao Portal Agora Laguna, a vítima, que não quer se identificar por temer represália, contou detalhes do que ocorreu naquela noite. A situação teve início quando pediram para que ele solicitasse a um grupo de clientes que retirassem garrafas de bebida de cima de uma das caixas de som. Havia o receio de que num descuido, isso causasse algum dano aos equipamentos.

“Os amigos da pessoa que me agrediu verbalmente tiraram, só que ela não tirou. Aí peguei o copo e coloquei em outra estrutura e ela se levantou, fez um gesto obsceno, me mandou tomar no c* e me chamou de macaco”, resume. Apesar do ocorrido, o homem conta que não iria fazer nada. “Engoli seco”, diz. Mas a Polícia Militar (PM) foi acionada, e ao ouvir que o relato dado aos agentes militares era de que havia sido usada a força para os retirarem dali, o segurança resolveu contar sua versão dos fatos. “Não pedi para nascer negro, nem claro, apenas sou uma pessoa normal. Sou negro e tenho orgulho da minha cor”.

O homem revelou ao Portal que acionou uma advogada para buscar seus direitos. “Independente do poder aquisitivo, todas as pessoas tem que ser tratadas iguais”.

Polícia deve investigar

À reportagem, o delegado Franco Reginato, da Polícia Civil de Laguna, explica que o caso deve ser investigado. “Se houve manifestação de interesse da vítima, vamos investigar, sim. Devemos analisar o BO e se a vítima quer dar prosseguimento à investigação. Mas isso se realmente for a injúria. Se o contexto configurar racismo, independe da vontade da vítima”. O segurança garante que quer apuração dos fatos.

Reginato também orienta: “Em casos de agressões verbais, é sempre importante que a vítima registre a ocorrência e indique testemunhas ou outros elementos (fotos e/ou vídeos) que comprovem a alegação”. A Polícia Civil recebe denúncias pelo telefone 181.

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