Advogado Fábio Kfouri volta a ser presidente do PP em Laguna

Palma, que disputou uma eleição a deputado estadual em 2002 pelo partido, presidiu recentemente o PP entre meados de 2008 e 2019 e lembra que foi o último partidário a ser eleito para a função.
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O advogado Fábio Kfouri Palma voltou a ser presidente do Progressistas, em Laguna. A nomeação da nova comissão provisória da legenda na cidade foi publicada na terça-feira, 16, no sistema de informações partidárias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e confirmada pelo novo presidente ao Portal.

Palma, que disputou uma eleição a deputado estadual em 2002 pelo partido, presidiu recentemente o PP entre meados de 2008 e 2019 e lembra que foi o último partidário a ser eleito para a função.

O Progressistas vinha sendo dirigido por membros nomeados. Na função de presidente, o advogado substitui o empresário e candidato derrotado a vice-prefeito em 2024, Nilson Coelho Filho.

“Quando deixei a presidência, tínhamos cinco vereadores e hoje o partido conta com apenas um; iremos trabalhar para elevar o Progressistas ao patamar político que nunca deveria ter saído em Laguna”, afirma Palma, que diz ter sido convidado a assumir o posto com apoio do ex-prefeito João Gualberto Pereira e do ex-procurador Adriano Massih, tendo recebido também “as bênçãos” do senador Esperidião Amin, do presidente estadual Leodegar Tiskoski e do secretário estadual Aldo Rosa. “Iniciaremos uma jornada de reconstrução”, pontua.

2025 tem sido de mudanças na política

O ano de 2025 tem sido de mudanças na política local no que diz respeito às direções partidárias. O MDB, que vinha sendo presidido pelo ex-prefeito Mauro Candemil, passou a ser guiado pelo advogado André da Rosa. O Republicanos perdeu Deise Cardoso, que passou para o PSD e assumiu o comando local da legenda. Desde o primeiro semestre, o Podemos está sob a presidência da ex-vereadora Nádia Tasso Lima e, mais recentemente, o PT confirmou a escolha de Guilherme Medeiros como presidente municipal.

Trajetória do PP em Laguna

O partido é um dos mais tradicionais da política de Laguna. Gerado a partir do espólio da Aliança Renovadora Nacional (Arena) em 1980, quando iniciou o processo de redemocratização, com permissão de criação de novas legendas, o Progressistas (inicialmente chamado de PDS), começou sua trajetória na cidade juliana tendo um prefeito: Mário José Remor, que havia assumido o cargo em 1976 e teve mandato estendido até 1982.

A gestão de Remor, ainda hoje muito elogiada, fez o partido eleger João Gualberto Pereira, o Joãozinho, em 1982, primeira eleição pós-democratização. Naquele pleito, existia a sublegenda e a sigla podia colocar até três candidatos para prefeito e optou por lançar uma segunda candidatura de Nelson Abraham Netto. Pereira e Netto, juntos, tiveram 14.048 votos. Dez dos 13 vereadores eleitos eram do partido – a soma final para candidatos ao Legislativo representou um estoque de 13.462 votos.

Seis anos depois, em 1988, apostou em Remor como candidato a prefeito em chapa pura, mas não obteve êxito, recebendo 8.866 votos. A bancada do partido ficou composta por seis vereadores. A soma final para o Legislativo rendeu 8.221 votos (incluindo legenda).

O retorno do partido na prefeitura ocorreu em 1992 com a eleição de Jorge Zanini, em coligação com o PFL e o PTB, obtendo 11.787 votos. Zanini viria a ser cassado depois de assumir o mandato e o período foi completado pelo vice Nazil Bento Junior (então no PFL). Três vereadores foram eleitos naquele pleito e o estoque final de votos legislativos ficou em 5.280.

Em 1996, já com o nome de PPB, faria Joãozinho prefeito novamente, com 12 mil votos, em coligação com o PSDB. O partido fez quatro vereadores naquele ano e alcançou a soma de 5.560 votos para o Legislativo. Coligado com PTB, PSDB e PFL, quatro anos depois a legenda tentou reeleger Pereira, mas não obteve sucesso – teve 9.049 votos apenas. Já para a Câmara, manteve o mesmo número de edis e somou 6.322 votos.

Já no ano de 2004, agora denominado PP, o partido não apresentou nomes à majoritária, mas apoiou a coligação que elegeu Célio Antônio (PT) para a prefeitura, que arrematou 14.761 votos. Foi o primeiro ano em que a bancada progressista teve a menor formação, com apenas um nome eleito: Luiz Fernando Schiefler Lopes. Foram 1.662 votos para o Legislativo.

Quatro anos depois, o PP continuou na coligação de Antônio, que foi reeleito, mas desta vez o partido indicou Lopes como vice. A dupla conquistou 14.837 votos. Apenas um vereador foi eleito: Eduardo Carneiro. Ao todo, para o Legislativo, os progressistas conquistaram 2.277 votos.

Em 2012, o PP voltou a focar apenas no Legislativo, apoiando a coligação que elegeu Everaldo dos Santos (então no PMDB) para a prefeitura, com 16.669 votos. Na Câmara, a bancada do partido ficou formada por três vereadores, com a soma total de 5.544 votos.

Após oito anos sem lançar candidaturas próprias, o partido encabeçou chapa em 2016 apostando em Samir Ahmad com Nazil Bento Junior, de vice. A dupla conquistou 7.674 votos. Já no Legislativo teve crescimento considerável voltando a ser a maior bancada com cinco edis eleitos. A soma final foi de 9.502 votos para candidatos a vereador.

Em 2020, o PP não disputou eleições e reorganizou a comissão provisória em 2024. Pela primeira vez, naquele ano, fez o que há décadas seria improvável: o partido indicou um vice na chapa do MDB. Na ocasião, Nilson Coelho Filho como vice e Mauro Candemil como candidato a prefeito ficaram em segundo lugar na disputa com pouco mais de 9,3 mil votos. O partido elegeu um vereador, Fernando Cândido Mendonça.