Brasil terá novo modelo de televisão a partir de 2026; entenda e saiba o que muda

As principais redes de televisão do país já iniciaram testes e montam cronograma para esse processo, que deve ser igual como foi o da TV Digital, que iniciou em 2007 e foi concluído em 2025, sendo implantado de forma gradual. Isto é, inicialmente, começará por grandes centros e partirá para cidades menores. Laguna e Pescaria Brava tendem a receber a TV 3.0 a partir de 2029, quando as atenções se voltam para as emissoras catarinenses
Foto: Gustavo Torquato/MCom

O governo federal autorizou, em Brasília, a implementação da TV 3.0. Em cerimônia na manhã desta quarta-feira, 27, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto para regulamentar a implantação do que vem sendo chamado de nova geração da televisão aberta e gratuita.

“Esse decreto representa o que vai ser a nossa visão de futuro sobre a agenda digital e tecnológica, com abertura, cooperação e soberania. Aliás, a soberania hoje é um grande tema que une todo o país. Não só a soberania, mas soberania digital. Tudo tem a ver com a TV digital que está sendo implementada agora”, afirmou o ministro Sidônio Palmeira, chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) federal.

O governo planeja que a TV 3.0 entre no ar em junho de 2026, a tempo da Copa do Mundo. As principais redes de televisão do país já iniciaram testes e montam cronograma para esse processo, que deve ser igual como foi o da TV Digital, que iniciou em 2007 e foi concluído em 2025, sendo implantado de forma gradual. Isto é, inicialmente, começará por grandes centros e partirá para cidades menores. Laguna e Pescaria Brava tendem a receber a TV 3.0 a partir de 2029, quando as atenções se voltam para as emissoras catarinenses.

Televisão do futuro

Considerada “a televisão do futuro”, a TV 3.0 vai integrar os serviços de internet (broadband) à habitual transmissão de sons e imagens (broadcast), possibilitando o uso de aplicativos que permitirão aos telespectadores interagir com parte da programação e até mesmo fazer compras diretamente de seu televisor, abrindo novas possibilidades de geração de receitas às emissoras.

Os novos aparelhos da TV 3.0 deverão vir de fábrica com a primeira tela apresentando um catálogo de canais de televisão abertos, o que não vem ocorrendo na interface atual das SmartTVs. Esse modelos que se conectam com a internet dão prioridade aos aplicativos de serviços de mídia sob demanda (OTT, na sigla em inglês). Com isso, os canais abertos acabam sem visibilidade, como destacou o ministro.

Uma das principais inovações da TV 3.0 é justamente sua interface baseada em aplicativos, em que as emissoras terão condições técnicas de passar a oferecer, além do sinal aberto já transmitido em tempo real, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e outras possibilidades.

No ano passado, os membros do conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), entidade responsável pela nova geração, recomendaram ao governo federal a adoção do sistema ATSC 3.0 (do inglês, Comitê de Sistema Avançado de Televisão) como padrão técnico para a evolução tecnológica da TV digital.

COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL