Caminhar à noite por Laguna significa redobrar atenção, mas não era para ser assim. Uma cidade acostumada a ter uma vida mais tranquila, vive hoje dias de insegurança, inclusive quando a luz do sol ainda ilumina.
É um problema que não é mais invisível. Pelo contrário, está nítido. As ruas da cidade viraram alvo das pessoas que não têm moradia e (sobre)vivem de pedir esmola – e que as conseguem, embora haja insistente pedido para que a prática seja evitada.
Não há como negar que houve um aumento no número de indivíduos em vulnerabilidade na cidade e com eles, o crescimento de casos de furto e invasão – com a ressalva de que nem todos cometem esses delitos e há exemplos de pessoas que são o oposto da imagem negativa passada.
A insegurança ronda a cidade e abre caminho até mesmo para cenas mais drásticas, como a “punição” imposta a um suspeito de furto, cujos dedos foram amputados à revelia. Se era para passar um recado, a ideia fracassou: ainda surgem registros de furtos e tentativas de invasão a prédios, públicos ou não.
As forças de segurança têm feito seus esforços à medida do que lhe é permitido. Todavia, estão de mãos atadas por leis que mais protegem o indivíduo em vulnerabilidade que o cidadão; a verdade é que pouco podem fazer. A atuação é limitada a abordar e prender se houver mandado ou indicar atendimento social, se necessário.
Assim, Laguna fica refém da própria sorte sem saber quem estará deitado à porta do comércio que abre ou se seus pertences estarão em casa quando chegar.
O poder público precisa tratar a questão com seriedade e agir de forma mais incisiva. Reuniões e encontros intermináveis sem resolução apenas retardam a ação eficaz. A cidade precisa de uma solução legal e prática; urgente e necessária.