“Sempre digo que o Saul é um colégio privilegiado. Nós temos bons profissionais e os alunos agregam e isso faz um diferencial enorme em nossa escola”.
Quem vê a professora Joelma Alves da Rocha Miguel falar assim nem imagina que ela pensou em abrir mão da oportunidade de ser assessora no colégio, em 2019, quando descobriu que teria de atravessar todos os dias a Ponte Anita Garibaldi. Seis anos depois (está na direção desde o ano passado), o medo ficou para trás e trafegar pela estrutura no Canal de Laranjeiras é motivo de orgulho: ela sabe que tem um colégio de quase 800 alunos à sua espera.
“É uma escola referência em termos de profissionais, de ambiente acolhedor. A escola Saul é uma família que recebe todos com muito carinho, dedicação, procurando fazer o melhor para todos que chegam aqui”, ressalta a gestora.
Atualmente, a unidade de Cabeçuda conta com cem funcionários em média, que se desdobram para atender os estudantes nos três turnos letivos. “[Matricular aqui] Eu acredito que seja a melhor opção que a família pode ter. O aluno que está aqui não quer sair, gosta da escola; quando sai, é por motivo familiar, mas já temos casos de estudantes que saíram e retornaram por não se adaptarem em outro colégio”, completa.
ESPECIAL – SAUL ULYSSÉA, 100 ANOS
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Desde 2008, a escola está em um prédio novo, que passou por uma ampliação significativa em 2015, com a construção de novas salas de aula e laboratórios. Todavia, a construção já dá sinais de que não suporta a necessidade atual do colégio.
Joelma não esconde os planos que têm para a escola. Uma das metas é melhorar a quadra esportiva. No passado, o Saul já foi campeão de competições escolares juvenis.
“Solicitaremos à Secretaria de Educação a aquisição do terreno ao lado para ampliar nosso espaço esportivo, quem sabe com um ginásio, e construir um estacionamento mais amplo e um terceiro piso para ampliar as salas, mas esse é plano para futuro”, completa.

Os símbolos do Saul
Toda instituição tem seus símbolos e com a escola Saul Ulysséa não é diferente: tem hino e tem bandeira. A música-tema é uma composição que já tem cerca 20 anos e dentre tantas estrofes, assinala: “És orgulho da comunidade / E juntos caminhamos com você”. Outra música é o Hino da paz, da mesma época.
A professora Terezinha Crescêncio foi quem compôs a letra em conjunto com alunos após perceber que o Saul não tinha um hino. “Eles escreveram frases sobre a importância do colégio, do ensino”, relembra.
A educadora conta que teve trabalho para montar a letra, pois as estrofes tinham de combinar. A composição foi finalizada em conjunto com a professora Margareth Fernandes (que viria a ser diretora pouco tempo depois) e a melodia foi feita por um dos alunos que tocava violão. “Foi um trabalho em grupo”, celebra.
Na mesma época, também foi feita a bandeira. O colégio decidiu promover um concurso para escolha do estandarte, que também seria seu símbolo. “Havia muitas ilustrações e a comissão escolheu o desenho da lagoa, no qual aparecia a ponte ferroviária, pois caracteriza o nosso bairro, já que os pescadores costumavam pescar na lagoa sobre a ponte, além de ser um belo cartão postal”, lembra Margareth.
O desenho original foi do então aluno Lucas Guedes e a professora ficou responsável por refinar a arte e elaborar a bandeira. “A direção me pediu que confeccionasse a bandeira em tecido e de forma artesanal. Foi uma grande honra ter participado efetivamente deste episódio”, pontua.
Esta matéria fez parte da edição impressa comemorativa aos cem anos da escola Saul Ulysséa, publicado no Jornal Agora Laguna.
