Longe muitos quilômetros da Santa Sé, jovens lagunenses encurtarão essa distância com fé e oração em uma vigília, no próximo dia 25, pela canonização do ‘santo da internet’, o beato italiano Carlo Acutis.
Acutis, que morreu aos 15 anos em Monza, na Itália, em 2006, ficou conhecido por documentar virtualmente aparições marianas ao redor do mundo e teve um segundo milagre atribuído à sua intercessão reconhecido há cerca de um ano pelo papa Francisco. A chancela é um dos requisitos para que o beato ficasse apto a tornar-se santo da Igreja Católica.
Uma vigília, para a igreja, consiste em um momento de oração e reflexão espiritual, geralmente realizada à noite. Uma forma de preparar os fiéis, por exemplo, para datas festivas ou marcantes, como no caso desta beatificação.
“Será marcada por um momento de muita animação, muita alegria, muita confraternização junto com a juventude. Terá também uma pregação, muita oração, adoração e a presença de Jesus Cristo na Eucaristia, onde os jovens vão vivenciar essa experiência de estarem mais próximos de Jesus”, diz Fabiana Rebelo, da coordenação da Pastoral Juvenil Paroquial.
“Estar junto com outros jovens esperando pela sua canonização e falando sobre sua história representa que nossa juventude não está perdida e que podemos fazer a diferença por aqueles que necessitam da palavra”, revela a jovem Beatriz Cardoso de Souto, 14 anos, sobre as expectativas para esse momento.
A vigília ocorrerá no auditório paroquial de Magalhães, a partir das 21h. “A humanidade meio que perdeu a fé e a esperança nessa geração de hoje em dia, nos jovens de hoje. Nós precisamos trazer ao coração deles a esperança. A gente costuma dizer que eles não são o futuro, eles são hoje da igreja”, pontua a coordenadora.
Sobre Carlo Acutis
Nascido em Londres (Inglaterra), mas com a vida vivida na Itália, Carlo Acutis morreu aos 15 anos por leucemia, em 12 de outubro de 2006 – data que no Brasil é consagrada à padroeira Nossa Senhora Aparecida. Pouco antes de falecer, demonstrando habilidades com tecnologia, começou a usar a internet para divulgar aparições marianas – relatos de pessoas ou grupos que viram a imagem da Virgem Maria – e também para documentar milagres atribuídos a santos.
O primeiro milagre documentado e atribuído a ele ocorreu em Mato Grosso no Sul, onde uma criança teria se curado após tocar em uma roupa que continha o sangue do italiano. Em 2019, o Vaticano reconheceu o fato e um ano mais tarde, o papa Francisco o declarou beato.
O segundo milagre foi reconhecido em 2024 e é de uma jovem da Costa Rica, que sofreu traumatismo craniano grave após um acidente de bicicleta. Dois anos antes, a mãe da vítima fez uma peregrinação até a tumba do beato e pediu intercessão pela cura.
Para a Igreja Católica, a documentação de um milagre é criteriosa e requer dados detalhados com papéis oficiais – como laudos e declarações de especialistas – sobre o fato. Caso haja uma explicação racional, o registro é descartado. O reconhecimento só é configurado quando a ciência não consegue explicar o ocorrido, isto é, quando o feito acontece de forma extraordinária.
O corpo de Carlo Acutis está no Santuário do Despojamento em Assis, no centro da Itália, em bom estado de conservação, e é visitado frequentemente por devotos e fiéis.
