O olhar atento do vigário paroquial Itamar Faísca para o presépio no centro do altar é de admiração e ao mesmo tempo de reflexão. Dedicado a conhecer as histórias por trás dos símbolos da Igreja Católica e os significados, é ele quem guia a reportagem do Agora Laguna por entre as colunas e paredes da centenária Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos. “Podemos começar por aqui”, indica o padre. Posicionado em frente a um conjunto de velas, o religioso, que completou duas décadas de ordenação, explica em detalhes o que cada uma deles representa e nos lembra: há alguns dias, a igreja começou a celebrar as semanas do advento. Um período que antecede o Natal e um dos mais importantes na tradição católica.
O Vaticano lembra que o advento é também o período que marca o início do ano litúrgico para a Igreja Católica. Em 2024, o ano C iniciou em 1º de dezembro, o primeiro domingo do mês, com as leituras do Evangelho de São Lucas. Esse tempo até o Natal tem objetivo de convidar os fiéis a refletirem sobre a vinda (o advento) de Jesus Cristo e propõe a renovação da fé.
Cada uma das velas tem ordem para ser acesa. Primeiro, é acesa a vela roxa, que lembra a esperança nas promessas de Cristo. A vela vermelha é a da segunda semana e remete à conversão e ao amor de Jesus pelos carentes. Na terceira semana, deve ser acesa a vela rosa, um sinal de alegria pela proximidade natalina. Por fim, a vela branca tem seu pavio queimado na última semana para simbolizar a paz e a pureza de Cristo. Elas são ladeadas por ramos verdes, uma simbolização da esperança
“Elas representam as etapas da salvação. A cada domingo, se acende uma vela para mostrar a proximidade da grande luz que é Jesus, que veio iluminar o mundo e os seres humanos”, descreve Faísca.
Ao centro do altar, em uma estrutura bem elaborada e iluminada, está um presépio. Padre Itamar resgata que a origem da representação do nascimento de Jesus tem origem na cidade italiana de Greccio, em 1223, pelas mãos de Giovanni di Pietro di Bernardone, que viria a ser canonizado como São Francisco de Assis, apenas cinco anos depois da montagem daquele presépio primitivo.
“O sentido do presépio é mostrar a humildade e a humanidade do filho de Deus, que nasce na simplicidade em uma estribaria e ao mesmo tempo mostra sua grandeza. É um Deus próximo, terno, que se faz criança, que pode ser tocado, conhecido, que pode ser amado e isso é muito bonito”, pontua o padre.