Após o último boletim da pré-temporada da Estação Verão em que três mortes de crianças ocorrem por afogamento em piscinas residenciais, o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) emitiu um alerta em que reforça a necessidade de atenção dos pais e responsáveis sobre esses ocorridos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o afogamento é a segunda maior causa de morte acidental de crianças de 1 a 4 anos no Brasil. Estudos mostram que, em 90% dos casos, os acidentes acontecem em ambientes familiares, como casas, quintais ou sítios.
O CBM alerta, portanto, sobre os riscos de afogamentos que podem ocorrer longe das praias, em áreas não guarnecidas por guarda-vidas. O primeiro caso de afogamento com criança nesta última semana ocorreu em um lago, no município de Jaraguá do Sul. Segundo relato dos Bombeiros Voluntários, a família estava almoçando em um sítio dos avós da criança quando deram falta do menino de 3 anos. Ao procurarem por ele, o avistaram em um lago ornamental com peixes. A equipe do Samu chegou a ser acionada; contudo, a vítima infelizmente estava em óbito.
Na região atendida pelo 8º Batalhão de Bombeiros Militar (8º BBM) do CBMSC, uma menina de 1 ano e 7 meses foi levada pelos pais ao quartel, com grau 6 de afogamento. Apesar dos esforços dos militares, que realizaram manobras de RCP (ressuscitação cardiopulmonar) por quase duas horas ininterruptas, a vítima não resistiu.
Segundo relato dos pais, a mãe estava com a menina em casa quando percebeu sua ausência e começou a procurá-la. A mãe notou que o portão estava aberto e, ao sair na rua, foi avisada por uma vizinha que a criança havia caído na piscina de sua casa. Neste caso, o uso de uma tela ou lona de proteção na piscina poderia ter evitado o acidente.
O terceiro caso de óbito por afogamento envolveu uma criança de 1 ano e 6 meses, que sofreu afogamento em uma banheira. Segundo relatos, a mãe da criança a colocou na banheira com água na altura da cintura e saiu rapidamente para realizar afazeres domésticos, pois moravam sozinhas.
Ela declarou que, após cerca de cinco minutos, retornou e encontrou a criança deitada na banheira, em situação de afogamento. O socorro foi prestado por vizinhos, que os levaram a uma policlínica próxima. Apesar de não ter ocorrido em um lago ou piscina, o acidente também demonstra como um instante de desatenção pode ter consequências irreversíveis.
Dicas de prevenção
Crianças são curiosas e rápidas, e basta um momento de distração para que alcancem lugares perigosos. Por isso, os pais e responsáveis devem adotar uma vigilância ativa e constante, sem depender apenas de dispositivos eletrônicos ou barulhos como sinal de alerta.
- Piscinas: Instale cercas de proteção, utilize telas ou capas seguras e mantenha portões trancados.
- Açudes e rios: Nunca deixe crianças desacompanhadas nesses locais. Oriente sobre os riscos e mantenha áreas restritas, preferencialmente cercadas.
- Banheiras e recipientes pequenos: Esvazie banheiras, baldes e bacias imediatamente após o uso. Nunca deixe crianças brincando sem supervisão.
- Mar: Prefira praias com a presença de guarda-vidas ativados, respeite as bandeiras de sinalização e mantenha as crianças por perto. É possível consultar as praias com bandeiras ativas antes mesmo de sair de casa, pelo aplicativo CBMSC Cidadão.