Um estudo envolvendo pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e de instituições internacionais busca criar um biofertilizante para a liberação controlada de fosfato no solo voltado ao mercado agrícola catarinense e brasileiro.
Segundo o coordenador da iniciativa, Guilherme Dilarri, professor do Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres) em Laguna, o biofertilizante não é sintético, e provém de uma fonte que é possível produzir no país. “Não estaríamos dependentes da balança comercial de outros países. A ideia é que seja muito mais sustentável, não tenha resíduos na sua produção e seja mais barato”, explica. No caso em estudo, o produto será feito à base de fosfato, onde microrganismos irão solubilizar ou auxiliar a liberação do nutriente, que poderá ser utilizado pelas plantas.
A pesquisa conta com a participação dos professores Cristian Silveira e Aline Fernandes, da Udesc Laguna; de Alexandre Barretto de Menezes, da Universidade de Galway, na Irlanda; e Félix Jakob, da Universidade de Aaachen, na Alemanha. “Para a Udesc, o projeto irá indiretamente estreitar esses laços e colaborações com as universidades da Alemanha e Irlanda. Além disso, todos os equipamentos comprados serão patrimônios da instituição e ficarão disponível para uso em outras pesquisas e atividades”, ressalta Dilarri.
A pesquisa é financiada pelo edital de amparo da Fapesc com recursos de R$ 243 mil, aplicados para aquisição de equipamentos, reagentes e materiais de consumo, além das saídas de campo.
O estudo tem duração prevista de dois anos e contará com diversas etapas desenvolvidas a partir de plantações de milho. Segundo os pesquisadores, a investigação começa com a caracterização de toda a comunidade microbiana dos solos agrícolas catarinenses que têm produção de milho, processo que será inédito em Santa Catarina. Depois, seguirá para o isolamento e imobilização dos micro-organismos, encerrando com a aplicação do material no solo e com a comparação a fertilizantes sintéticos disponíveis no mercado.
Uma parte dos trabalhos será feita na Irlanda, onde ocorrerá o desenvolvimento dos microgéis supramoleculares e os biopolímeros para o Brasil e a Alemanha, por meio de um acordo de compartilhamento de tecnologia. Já os testes nas plantas serão realizados exclusivamente em solo brasileiro.e outras atividades acadêmicas.