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Comunidade da Madre mantém fabricação artesanal de cachaça há cem anos

“Meu bisavô começou tudo isso em 1923 e é importante manter viva essa história; é a história da minha família, toda ela foi criada em engenho”, pontua Leonardo, que está na 4ª geração da família com a responsabilidade de continuar a fabricação da Bianinha.
Foto: Leo de Bem
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Em setembro, a cachaça teve o seu dia nacional, mas na Madre, a bebida mais tradicional do país não tem apenas um dia; tem o ano todo. É que a comunidade, uma das que formam o Distrito de Ribeirão Pequeno, além da tradição na pecuária, conserva um dos alambiques mais antigos na região. Ali são feitos os litros da cachaça Bianinha, uma fabricação que começou há muito tempo. Mais precisamente em 1923.

A trajetória começa com Antônio Manoel da Silva, que chegou em Laguna, nos idos do começo do século 19. Estabelecido com a família na comunidade de Ribeirão Grande, se dedicou à agricultura e desbravar aquela região, até que deu início à construção de um engenho, na época um empreendimento de grande potencial.

No local, passou a produzir farinha, melado, açúcar grosso e cachaça, usando a força de seis juntas de bois para mover a estrutura que girava diariamente para garantir a produção. Em 1923, com a economia obtida, a família trouxe da Alemanha uma nova moenda para modernizar o engenho – a mesma que segue em funcionamento nos dias atuais.

De lá para cá, mudou apenas a localização. A estrutura foi levada para a Madre, quando Brasiliano Antônio da Silva e seus nove filhos migraram para aquela comunidade. “A tradição foi passada de pai para filhos e para os netos ao longo dos anos, sempre mantendo a mesma receita”, diz o herdeiro da tradição, Leonardo de Bem, 33.

“Meu bisavô começou tudo isso em 1923 e é importante manter viva essa história; é a história da minha família, toda ela foi criada em engenho”, pontua Leonardo, que está na 4ª geração da família com a responsabilidade de continuar a fabricação da Bianinha.

Origem do nome

O nome da bebida não foge à regra de uma tradição antiga, de nomeá-las em homenagem ao criador ou a algum filho, por exemplo. No caso da cachaça, o título deriva do apelido de Brasiliano Silva, que aparece na rara foto ao lado. Ele era conhecido na comunidade como Biano e a bebida virou Bianinha. A “pura”, inclusive, agora recebe um selo que indica a fabricação no ‘Engenho do vô Biano’.

Como adquirir

A Bianinha pode ser adquirida no engenho, na estrada geral da Madre. Pedidos também podem ser feitos pelo telefone (48) 9 9117-7262.

Foto: Leonardo de Bem

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