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Voz de Cid Moreira anunciou para todo Brasil encalhe do Malteza S, em 1979; jornalista morreu hoje aos 97 anos

Notícia foi ao ar na noite de 5 de junho para um público potencial de 70 milhões de pessoas, segundo a audiência na época. O locutor noticiarista era o principal apresentador do Jornal Nacional, da TV Globo, que estava no ar há dez anos. Moreira morreu na manhã desta quinta-feira, 3, em Petrópolis (RJ). Ele tinha 97 anos.
Foto: Peter Schneider/Globo/Memória Globo
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Na voz de Cid Moreira, o Brasil tomou conhecimento de uma tragédia ambiental em andamento: o encalhe do navio Malteza S, que tinha ocorrido em 26 de maio de 1979 e havia preocupação que o óleo combustível vazasse para o mar de Laguna, junto com a carga formada por milho.

A notícia foi ao ar na noite de 5 de junho para um público potencial de 70 milhões de pessoas, segundo a audiência na época. O locutor noticiarista era o principal apresentador do Jornal Nacional, da TV Globo, que estava no ar há dez anos. Moreira morreu na manhã desta quinta-feira, 3, em Petrópolis (RJ). Ele tinha 97 anos.

As imagens exibidas no JN daquela noite foram gravadas por uma equipe da TV Catarinense, de Florianópolis (atual NSC), que tinha começado a transmitir no começo de maio.

O Malteza era um navio de bandeira grega que encalhou durante a madrugada na praia do Gi. A história foi narrada no livro A última viagem do Malteza, lançado em 2010 pelo jornalista Valmir Guedes Junior. A embarcação partiu da Argentina, e viajava rumo à Itália, antes, porém, iria parar no Rio de Janeiro para reabastecer. Até hoje, a hipótese mais aceita é que o encalhe tenha ocorrido de forma proposital. O comandante Emmanouel Karras e a empresa do navio foram considerados responsáveis e multados pelo Tribunal Marítimo.

O ocorrido ganhou ares de tragédia, quando o óleo e o milho fermentado vazaram e aconteceram mortes no trabalho de salvamento ou em decorrência do navio – um aviador perdeu a vida após atingir um cabo de sustentação que estava conectando a embarcação à terra.

Cid Moreira

Natural de Taubaté, Cid Moreira completou 97 anos na última sexta-feira, 27. O jornalista começou a carreira na Rádio Difusora local em 1944. Depois, narrou comerciais até migrar para São Paulo, onde chegou a trabalhar na Rádio Bandeirantes, já naquela época uma potência da radiocomunicação.

Em 1951, mudou para o Rio e passou por alguma emissoras, como a Mayrink Veiga. Nessa década, fez as primeiras participações na televisão, com a locução de comerciais na TV Rio. Apresentou jornalísticos em vários canais, como Tupi, Continental e Excelsior, até ser contratado pela TV Globo, em 1969.

Neste ano, se tornou o primeiro apresentador do JN, que começou a ir ao ar em 1º de setembro de 1969 e está até hoje em transmissão. No início, fez dupla com Hilton Gomes e depois com Sérgio Chapelin, com quem mais tempo dividiu bancadas. Outros jornalistas, como Berto Filho e o criciumense Celso Freitas também estiveram ao lado de Moreira. Segundo o projeto Memória Globo, Cid Moreira deu cerca de 8 mil ‘boa noite’ no programa.

Ele ainda apresentou reportagens especiais no Fantástico e em outras atrações do canal. Atualmente, fazia apenas participações e gravações de vinhetas, como em 2010, quando vocalizou o nome da bola da Copa do Mundo – a Jabulani – para ser usada em algumas ocasiões. Cid Moreira também ficou conhecido pelas gravações de salmos bíblicos.

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