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Jornalista prepara ‘barca’, tradição pós-eleições

Com mais de uma centena de candidatos, a dificuldade não é rimar, mas fazer com que todos tenham lugar na embarcação. Eventualmente, alguém acaba não entrando, ou melhor, embarcando.
Foto: Julita Barreiros Guedes
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Enquanto todas as atenções estarão voltadas para saber quem será eleito, Valmir Guedes Junior ficará anotando os nomes de quem não conseguiu chegar lá. Isso porque ele já começou a escrever os versos rimados da tradicional barca.

Com mais de uma centena de candidatos, a dificuldade não é rimar, mas fazer com que todos tenham lugar na embarcação. Eventualmente, alguém acaba não entrando, ou melhor, embarcando.

“Já fiz uns 80 e poucos versos. É muita gente, não dá para colocar todo mundo, se não a barca afunda”, ironiza o jornalista.

A barca é uma brincadeira típica das eleições lagunenses. Virou tradição. A origem, segundo o radialista Carlos Araujo Horn, teria partido de uma ideia de Nelson Almeida, fundador da Rádio Difusora. Na eleição de 1947, a emissora pôs no ar os versos rimados, simulando uma embarcação em que os tripulantes e passageiros eram os candidatos derrotados. Sons que lembravam um barco prestes a zarpar ajudavam a criar o cenário lúdico para o ouvinte.

A brincadeira ganhou imagem na década de 1980, quando o também jornalista Richard Calil Bulos fazia a barca desenhada em cartolinas e botava para expor em vitrines da cidade. Artista plástico, Chachá, como era conhecido, criava a embarcação em arte naif e colocava caricaturas e recortes dos santinhos. No jornal, Munir Soares também fez, durante muito tempo, a barca em quadrinhas na coluna ‘Comunidade’.

Segundo Guedes Junior, que resgatou a tradição da barca na eleição de 2016, a ideia é que a tripulação da eleição de 2024 esteja rimada e pronta para partir do Porto de Laguna nos primeiros dias após a conclusão do resultado, para alegria de uns e tristeza de outros. O texto será divulgado em seu blog (acesse aqui).

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