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Uma lagunense no meio do caos do ar da maior cidade do país

Taís falou com o Portal, enquanto olhava pela janela e via um cenário comum de inverno: a cidade estava nublada. A neblina, porém, era o principal indício que a fumaça das queimadas havia atingido o coração do centro do poder financeiro nacional. 
Foto: Taís Sutero/Arquivo pessoal

“São 11 da manhã, a umidade do ar está 34% e o ideal seria 60%”. Assim começou o relato da jornalista e fotógrafa Taís Sutero, ex-servidora da prefeitura de Laguna, em contato com o Portal. Moradora de São Paulo há mais de dois anos, Taís reviveu os tempos da pandemia e voltou a usar máscara. O motivo: a fumaça das queimadas da Amazônia, no Norte do país, foi carregada e atingiu a maior cidade do Brasil, que teve a pior qualidade do ar na semana, entre todas as 26 capitais estaduais e mais o Distrito Federal.

A imprensa de São Paulo relata que houve um aumento considerável de pessoas com dificuldade para respirar, sobretudo idosos. O governo municipal informou que irá injetar R$ 5 milhões emergenciais na rede de saúde para aumentar a capacidade de atendimento, principalmente para a população mais vulnerável.

Taís falou com o Portal, enquanto olhava pela janela e via um cenário comum de inverno: a cidade estava nublada. A neblina, porém, era o principal indício que a fumaça das queimadas havia atingido o coração do centro do poder financeiro nacional.

“Há uma sensação de ar abafado e a dificuldade para respirar é bastante. O Instituto de Meteorologia daqui pediu para as pessoas não saírem de casa, mas para uma cidade com 12 milhões de habitante é complicado”, relata. As autoridades têm solicitado que os moradores evitem atividades ao ar livre e também deixem de consumir produtos que possam ter sido expostos ao clima de fumaça. Caso precisem sair, devem usar máscaras. “A chuva deve vir domingo, mas não vai aliviar. O interior de São Paulo está em estado de emergência e tem cidades com focos de incêndio”.

A plataforma suíça IQAir atribuiu, durante a semana, uma variação de 160 a 183 pontos a qualidade do ar respirado pelos paulistanos. O mesmo site classificou a cidade, na sexta-feira, 13, como atmosfera “não saudável” – única em todas em que há o monitoramento virtual. “Você olha para o céu e é uma mistura de fumaça com poluição, um tom alaranjado. Pelo jeito, a ebulição climática chegou; somos o meio-ambiente e não soubemos cuidar dele. A pergunta que deixo é: vamos morrer defumados, queimados ou afogados?”, pontua.

Foto: Taís Sutero/Arquivo pessoal

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