A ausência de candidatos em debates não é fato novo. Collor não foi no primeiro turno em 1989, Fernando Henrique Cardoso em 1998 e Luiz Inácio Lula da Silva em 2006 e até mesmo Carlos Moisés da Silva em 2018, no segundo turno. A democracia e o livre arbítrio permitem isso. Ninguém é obrigado a ir ou fazer algo a contragosto.

Marqueteiros políticos defendem que os candidatos com maior potencial de vitória ou que se tornem vitrine fácil para os adversários faltem aos debates. A estratégia pode dar certo – como foi para os casos acima. Só que também pode dar errado.

Laguna e Pescaria Brava não possuem televisão, vivem da internet e do rádio, onde os veículos de comunicação se esforçam para dar ao eleitor ingredientes que auxiliem na tomada da decisão. O debate se torna, então, uma ferramenta fundamental para que o cidadão possa avaliar quem está preparado ou pelo menos aparenta estar, antes de decidir qual deles ganhará o voto.

A ausência em debates passa, por vezes, a sensação de fragilidade, por mais robusta que seja a candidatura. Pode ser o receio do que o adversário pode ter preparado para atingi-lo ou o medo de não saber como responder à altura. O debate é diferente de uma entrevista ou de um comício, onde a plateia é mais restrita aos apoiadores dos candidatos – opositores ouvem, mas não estão nem aí.

Quando se juntam todos os concorrentes em um estúdio para debater, a audiência passa a ser ampla, e facilita também o fenômeno do “vira voto”. E pelos comentários, muitos dos que deixaram seus palanques e aceitaram o convite para falar de igual para igual, já conseguiram tornar real esse mito da mudança. Com tantas ferramentas democráticas para os candidatos usufruírem, o debate deve ser visto como importante e não como mera formalidade.