A Assembleia Legislativa de Santa Catarina comemora nesta segunda-feira, 12, o 190º aniversário de instalação do Parlamento Catarinense, instituído ainda na época do Império brasileiro.
Desde os mais remotos tempos, Laguna tem participação com mais de cinco dezenas de lagunenses ou lagunistas eleitos como deputados titulares ou suplentes desde 1834. Agora Laguna traz um resumo desses importantes nomes da política. A ordem segue o alfabeto.
Confira a relação de deputados estaduais lagunenses ou com base eleitoral por Laguna
Ada de Luca
Filiada ao MDB com base eleitoral em Laguna e em Criciúma, onde nasceu em 19 de abril de 1949, Ada Lili Faraco de Luca foi assessora jurídica da Câmara Federal por quase quatro décadas e foi uma das assessoras de Ulysses Guimarães, presidente da Constituinte de 1988. Na política, foi candidata a vice-governadora do DF em 1990 e deputada estadual de 2007 a 2022. Foi ainda secretária estadual em Santa Catarina.
Alexandre Marschner Hyarup
Imigrante alemão, estabeleceu-se em Laguna por volta de 1870. Em 1878, era comerciante e foi nomeado suplente de delegado policial e foi um dos agentes de referência para a venda de terras na Colônia de Grão-Pará. Foi suplente convocado e assumiu como deputado em 1884, representante do 2º Distrito, que era composto por Laguna e o Planalto. Foi ainda membro do Corpo Consular e agente alemão em Laguna, em 1886.
Antônio Dib Mussi
Filho de Dib e Santa Elias Mussi, este lagunense nasceu em 10 de maio de 1911 e foi formado médico em 1934, plea Universidade Federal do Paraná. Regressou para Laguna e abriu clínica médica na cidade, sendo também professor e diretor do Ginásio Lagunense. Em 1939, foi para Orleans, tendo sido médico e diretor do Hospital Santa Otília. Foi ainda diretor do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (Samdu, precursor do Samu). Antônio era casado com a médica Wladyslava Wolowska Mussi, a primeira a exercer a medicina profissional no estado. Foi prefeito nomeado de Orleans entre 1945 e 1947, e deputado estadual no mandato de 1947, pelo PSD. Morreu em 19 de março de 1959, em Florianópolis.
Antônio Fernandes da Costa
Militar atuante em Laguna, foi influente na cidade, sobretudo na profissão médica. Foi comissário vacinador na cidade em 1862. Três anos mais tarde, foi nomeado capitão cirurgião-mor da Guarda Nacional e serviu na Guerra do Paraguai. Em 1867, foi eleito para um mandato como deputado estadual pelo Partido Liberal Progressista.
Antônio Gonçalves Barreiros
Natural de Laguna, Antônio Barreiros nasceu em 4 de maio de 1845. Foi comerciante na terra natal com estabelecimento na rua Gustavo Richard. Militar, foi alferes da Cavalaria de Laguna e secretário do Laboratório do Exército no Rio, e major-ajudante de Ordens da Guarda Nacional em Laguna e Tubarão. O lagunense foi ainda promotor público interino e juiz suplente da Comarca de Tubarão. Foi deputado provincial na legislatura de 1882 e 1888, tendo sido integrante da Mesa Diretora. Faleceu em Florianópolis.
Antônio Joaquim Wanzeller
Português, nasceu por volta de 1809 em São Miguel das Marinhas. O sobrenome estrangeiro Wanzeller foi adotado por conta própria, quando era caixeiro em Pernambuco, para diferenciar de um outro cidadão que tinha o nome igual. Mudou para Laguna e foi armador e negociante comercial, além de ter sido tenente-coronel e juiz em 1854. Em 1860, com a eleição para o Parlamento provincial, mudou para Desterro. Foi novamente deputado em 1864. Ao morrer, deixou testamentado a doação de dinheiro para alforriar escravos e para destinação a hospitais e serviços de caridade, incluindo em Laguna. Faleceu em 1873, na capital provincial.
Antônio José de Bessa
Nascido em Laguna por volta de 1810, era comerciante e militar, tendo sido coronel reformado do Comando Superior da Guarda Nacional. Foi deputado provincial nos mandatos de 1864, 1871 e 1875, nas condições de titular e suplente. Morreu em 1878.
Antônio Nunes Varella
Lagunense nascido em 16 de fevereiro de 1911, Antônio Nunes Varella é descrito como dono de uma inteligência impecável. Advogado formado pela Faculdade de Direito de Santa Catarina, foi jornalista com atuação em folhas como Correio do Sul, O Albor, A Voz do Sul, Dia e Noite e Diário da Tarde. Foi promotor público e advogado em Joaçaba e região. Na política, foi deputado pelo Partido Social Democrático em 1947, tendo sido líder da bancada governista na Alesc. Foi ainda fundador da Ação Integralista Brasileira em Laguna e um dos primeiros diretores da Associação Catarinense de Imprensa. Casado om Itamar Souza Varella, teve um filho, João Eduardo Varella, que foi desembargador e governador interino em 2010. Morreu em Curitiba, em 1º de outubro de 1972.
Antônio Pinto da Costa Carneiro
Imigrante português, não era natural de Laguna, mas fez daqui a base de seu poderio político. Filho do comerciante Custódio Carneiro, nasceu no Porto em 1849 e veio adolescente com a família residir por aqui. Foi aluno de José Joaquim Lopes, editor do jornal O Pyrilampo, o primeiro da cidade juliana. Em 1878, com a morte do pai, voltou para o Brasil após anos em Roma e em Portugal, onde foi jornalista. Em 1879, obteve a cidadania brasileira e foi vereador na Intendência Municipal. Em 1891, foi eleito deputado estadual e primeiro prefeito de Laguna, mas só pode assumir o cargo efetivamente em 1894, sendo reeleito por mais dois mandatos até 1906. Foi parlamentar catarinense nos mandatos de 1891, 1894, 1896, 1897, 1901 e 1907 e proprietário do jornal O Futuro, que circulou por dez anos. Morreu em 15 de agosto de 1908, apenas dois dias após completar 59 anos.
Armando Calil Bulos
Nascido em Tubarão, em 5 de setembro de 1916, era uma lagunense de coração. Advogado, formado no Paraná, foi jornalista com atuação no Sul do Estado, O Albor, O Estado e com colaborações publicadas no Semanário de Notícias e Jornal de Laguna. Foi fundador da União Nacional dos Estudantes. Delegado regional de Polícia e da Ordem Política e Social na década de 1940, foi procurador Fiscal do Estado e Consultor Jurídico do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Santa Catarina (1942-1944). Em 1947, assumiu como deputado pelo PSD e ficou como suplente na eleição de 1950 e 1950. Voltou ao parlamento como suplente convocado em 1963. Exerceu inúmeros cargos públicos como secretário de Estado, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e presidente do Conselho Estadual de Cultura. Autor da frase “Laguna que de tanto ser esquecida aprendeu a não esquecer”, Calil Bulos faleceu no dia 13 de junho de 1999.
Bernardo Antônio Nunes Barreto
Nascido em 1834, foi influente em Imaruí, onde foi comerciante, e em Laguna, onde fixou residência após nomeação para ser capitão da Guarda Nacional em 1871. Em 1883, foi juiz de paz da freguesia e foi deputado eleito para a última legislatura do período imperial, iniciada em 1888. Morreu aos 62 anos, em 25 de março de 1896, em Laguna.
Cid Gonzaga
Lagunense nascido em 29 de abril de 1889, Cid Gonzaga foi coletor estadual e jornalista, tendo passado por veículos impressos em Laguna, Porto União e Caçador. Foi eleito deputado estadual com base eleitoral na região do Planalto Norte catarinense. Teve mandato nas legislaturas de 1925 e 1928, pelo Partido Republicano Catarinense; e na da de 1935, a primeira após a reabertura dos parlamentos estaduais. Em 1933, tentou ser deputado federal, mas não foi eleito. Faleceu em Florianópolis. O lagunense deixou descendência, entre eles, o filho Zany Gonzaga que foi deputado estadual e federal por Santa Catarina, além de presidente da Alesc.
Custódio José de Bessa
Sabe-se que foi juiz de paz em 1861 e delegado em 1868 e major do Comando Superior da Guarda Nacional em 1871. Foi deputado provincial em 1874. Presidiu o Partido Conservador em 1881 e foi nomeado novamente delegado em 1889, ano em que faleceu a 8 de agosto.
Custódio Martins de Souza
Lagunense nascido em 12 de novembro de 1846, foi comerciante no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, onde foi eleito deputado para o mandato de 1880 a 1881 e para o último imperial em 1888. Em Laguna, fez doações vultuosas para o hospital de caridade e para uma capela em São José. Voltou a residir no Rio, mas seguiu com negócios ativos em Laguna, conforme mostram anúncios publicados em jornais antigos. Morreu em 7 de fevereiro de 1919, na Ilha de Paquetá, no Rio.
Estácio Borges da Silva Matos
Nascido em 18 de dezembro de 1831, este lagunense foi militar e alcançou o posto de primeiro sargento, sendo dispensado em 1868, por incapacidade física. Foi promotor público em Lages e em Campos Novos, e tabelião em Curitibanos. Foi deputado em 1882, pelo Partido Conservador.
Fausto Werner
Lagunense nascido em 1863, foi professor particular de primeiras letras na capital do estado e fundou um colégio com seu nome em 1887, mesmo ano em que fundou um jornal para defender a causa republicana, sendo um dos precursores em Santa Catarina. Foi também escriturário da Inspetoria de Terras e Colonização. Fez parte da legislatura do Parlamento em 1892, eleito pelo Partido Republicano Federalista. Deixou a função de deputado para assumir o cargo de diretor- geral da Instrução Pública, algo que equivale ao atual secretário de Educação. Morreu no Rio, em 1927.
Felipe Estevão
Natural de Criciúma, Felipe Estevão tem família em Laguna e sempre descreveu ser lagunense – em 2021, recebeu a outorga do Título de Cidadão Lagunense. Foi candidato a vice-prefeito na cidade juliana em 2016, pelo extinto PSC, e ficou em quarto lugar. Em 2018, foi o sétimo candidato a deputado estadual mais votado na eleição, impulsionado pela onda de apoio a Jair Bolsonaro. Na época, era filiado ao PSL e permaneceu no União Brasil, assim que a fusão com o Democratas foi consolidada. Em 2022, não conseguiu repetir o mandato e atualmente integra o MDB.
Francisco Barreiros
Lagunense nascido em 30 de março de 1844, foi comerciante e também delegado escolar, além de ter fundado um jornal em 1884, o Trabalho. Militar, foi tenente-coronel. Em 1878, assumiu a vice-presidência do Partido Liberal em Laguna e foi vereador convocado para assumir o mandato de 1874 a 1877. Representou Laguna e o Planalto nas legislaturas de 1878, 1882, 1884, 1886, 1888, 1891, sendo esta como suplente, e 1892, já pelo Partido Republicano Federalista. Morreu na década de 1930.
Francisco da Silva França
Francisco França era lagunense e irmão de Manoel Sousa França, ministro e conselheiro do Império. Em 1795, foi nomeado alferes e cresceu militarmente até o posto de coronel da Guarda Nacional em 1840. Foi juiz de paz de Laguna no contexto da Revolução Farroupilha e fez a atualização do levante militar para o governo provincial. Foi deputado nas legislaturas de 1835 a 1841. Morreu em Desterro, em 26 de junho de 1856.
Ismael Pinto d’Ulysséa
Lagunense nascido em 14 de junho de 1860, foi um dos primeiros médicos formados do estado, sendo diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio em 1883. Em 1884, estava de volta ao município natal e foi diretor de um externato. No jornalismo, fundou com o irmão Saul a folha O Commercio e editou A Nota, além de colaborar ativamente com a imprensa. Foi um dos primeiros a professar a doutrina espírita publicamente no jornalismo, com a publicação de uma coluna em O Albor. Médico do hospital de Laguna, foi deputado estadual de 1892 a 1893, pelo Partido Republicano Federalista. Morreu em 1º de fevereiro de 1937.
Jerônimo Francisco Coelho
Lagunense, Jerônimo Coelho foi militar e teve destaque na política brasileira nos tempos do império, sendo, por muitos historiadores, considerado como o catarinense mais importante do século 19. Foi deputado, ministro e conselheiro imperial, além de ter presidido (cargo que hoje equivale ao de governador) as províncias do Pará e Rio Grande do Sul. Fundou a imprensa com o jornal O Catharinense em 1831 e a Maçonaria na mesma época. Caminha para se tornar herói nacional.
Jesuíno Lamego da Costa
Nascido na localidade de Laranjeiras, em 1811, Jesuíno Lamego da Costa construiu ampla carreira militar no Império e chegou ao posto de almirante da Armada naval em dezembro de 1876, tendo sido conselheiro imperial de Guerra, chefe de esquadra e comandante militar de várias unidades. Na política, foi deputado por Santa Catarina na legislatura de 1857 da Assembleia Geral do Império e em 1858 foi deputado provincial catarinense e suplente no mandato de 1866. Volto ao Parlamento imperial por duas vezes entre 1869 e 1875. Em 1872, tomou posse como senador e permaneceu até 1886, quando faleceu no Rio.
João Cabral de Mello
Lagunense nascido em 10 de abril de 1850, foi subdelegado de polícia em Laguna em 1869 e depois transferiu para Tubarão, onde constituiu família e a carreira política. Foi o primeiro superintendente municipal em 1890, cargo que hoje equivale ao de prefeito. Lá também foi vereador e presidiu o Legislativo municipal. Militar, comandou a Guarda Municipal e foi tenente-coronel honorário do Exército. Foi deputado provincial e estadual em 1884, 1891, 1894, 1896, 1898, 1901, 1904 e 1907, tendo feito parte da Mesa Diretora e até mesmo ocupando a função de vice-presidente da Casa Legislativa. Morreu na cidade natal, em 15 de maio de 1910.
João de Oliveira
Descrito como um dos mais combativos jornalistas e tribunos do século passado, o mineiro João de Oliveira era natural de Ouro Fino e veio para Tubarão por volta de 1911. Casado com Maria Elisa Collaço de Oliveira, filha do então prefeito João Luiz Collaço, ingressou na política e foi deputado pela primeira vez no mandato de 1922 e depois em 1935, pelo Partido Republicano Catarinense. Tentou também ser senador e deputado federal, mas sem sucesso. Processado por Hercílio Luz e perseguido em Tubarão, onde teve as oficinas do jornal destruídas – as máquinas foram depredadas e as bobinas de papel jogadas no rio – veio para Laguna em 1931, onde montou o polêmico Correio do Sul, cujo prédio ainda existe na rua 13 de Maio. Morreu em 1º de março de 1959, deixou descendência, dentre os quais os filhos Vânio, Vinicius e Volney.
João Guimarães Pinho
Nascido em 20 de março de 1865, este lagunense foi comerciante e ativo na política local, tendo sido juiz de paz, suplente de juiz federal e provedor do hospital de caridade. Foi proprietário de uma companhia de navegação e de moinho de arroz. Foi oito vezes eleito deputado e chegou a presidir o Parlamento estadual, tendo feito parte das legislaturas de 1907 a 1930. Como presidente, assumiu o governo catarinense forma interina por duas oportunidades. Em 1929, mudou para o Rio de Janeiro e morreu lá em fevereiro de 1948. Foi ainda ativo colaborador da imprensa catarinense, sobretudo em O Albor.
José Francisco Coelho
Natural de Laguna, era fazendeiro e possuía imóveis na região do atual Centro Histórico. Foi nomeado juiz ordinário em 1821, além de ter ocupado outros postos no poder local. Em 1824, foi eleito pelo Partido Liberal para o Conselho Geral da Província catarinense e deputado provincial para o mandato de 1835, todavia, após tomar posse, partiu para Laguna e não participou da sessões. Em 1836, era juiz suplente da Câmara. Era tio de Jerônimo Francisco Coelho.
José Inácio da Rocha
Nascido em terras que hoje pertencem a Imaruí em 27 de janeiro de 1821, José Inácio foi aos 14 anos para o Rio e, após ser empregado comercial, abriu a própria firma, fez fortuna e começou a fazer parte da alta sociedade. Voltou para Santa Catarina e foi eleito, pelo Partido Conservador, como deputado em 1862 e em 1869, além de ter sido suplente convocado em 1863. Como parlamentar, subsidiou o Hopital de Caridade de Laguna ao abrir mão dos vencimentos que recebia na função. Foi mecenas do padre Manoel João e de Victor Meirelles. Quando morreu, deixou quantias consideráveis em testamento para que fossem destinadas para entidades de Laguna e Imaruí e recursos para a instalação de escolas.
José Johanny
Natural de Laguna, onde nasceu em 30 de maio de 1872, foi tipógrafo e jornalista com participação em vários jornais locais como A Verdade, Caturra, Pharol e O Albor, além da Revista Catharinense, editada com a ideia de preservar por meio da impressão jornalística documentos e dados históricos do nosso estado. Foi advogado, defensor de ideias liberais e abolicionistas. No serviço público, foi servidor da Câmara e da Intendência Municipal, além de agente dos Correios em Gravatal, professor público e promotor nas comarcas de São Bento do Sul e São Francisco do Sul. Em 1908, foi eleito deputado em substituição a Costa Carneiro, que havia falecido. Renovou o mandato para a legislatura de 1910 a 1912, mas acabou renunciando ao cargo. Foi sócio correspondente e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e e é o patrono da cadeira 24, da Academia Catarinense de Letras. Morreu em 1915.
José Fernandes Martins
Conhecido por Zeca Martins, foi militar e alcançou o posto de tenente-coronel. Em Laguna, foi secretário do Partido Liberal em 1889, juiz municipal em 1889 e juiz de direito em 1893. Foi prefeito nomeado no contexto da Revolução de 1930, tendo falecido no exercício do mandato em 1932, único caso na história republicana lagunense. Martins foi deputado nas legislaturas de 1904 a 1909. Era do Partido Republicano Catarinense.
José Martins Cabral
Era lagunense, mas teve sua base e vida constituída na cidade de Tubarão. Foi juiz de paz em 1902 e capitão-almoxarife da estrada de ferro em 1906. Ali também foi comerciante, sendo ainda diretor do Clube Republicano local, promotor público e tenente-coronel. Foi deputado estadual em 1891 e 1916, sendo ainda prefeito de Tubarão por três vezes como substituto, entre 1907 e 1908.
José Maurício dos Santos
José Maurício dos Santos foi um dos coronéis mais influentes em Laguna na virada do século 20. Foi tenente-coronel na carreia militar, juiz de paz, subdelegado de polícia, além de conselheiro e prefeito em Laguna e em Jaguaruna, onde também teve influência. Foi deputado nos mandatos de 1902, 1904, e 1910, este em substituição a José Johanny, que havia renunciado. Era partidário republicano.
José Soares Acácio Moreira
Lagunense nascido em 9 de dezembro de 1867, Moreira foi telegrafista e escriturário na estrada de ferro em Tubarão, onde também foi advogado. Fundou o primeiro jornal da cidade vizinha, A Verdade, em 1897. Foi secretário da prefeitura em 1896 e seis vezes deputado eleito para os mandatos de 1913 a 1937. Foi o autor do projeto que denominou de Hercílio Luz a ponte de ferro de Florianópolis. Em 1930, foi eleito vice-governador na chapa de Fúlvio Aducci, mas não assumiu em virtude da Revolução de 30. Morreu em Florianópolis, em 1946.
Luiz de Oliveira Leite
Natural de Laguna em 1871, construiu carreira política na cidade de Araranguá, onde foi tabelião e escrivão público. Foi advogado e chefe do Distrito Escolar, além de vereador pelo Partido Republicano Catarinense. Foi deputado estadual nas legislaturas de 1913 e 1916, nesta na condição de suplente convocado. Morreu no final dos anos 1920.
Luiz Pedro da Silva
Lagunense, foi comerciante e militar, tendo sido chefe do Estado Maior do Comando da Guarda Nacional de Laguna e de Lages. Foi vereador em Laguna por pelo menos dois mandatos e foi ainda delegado de polícia e suplente de juiz municipal. Em 1874, participou da 20ª legislatura como deputado eleito pelo Partido Conservador. Chegou a ser o 6º vice-presidente da Província de Santa Catarina.
Manoel do Nascimento Fonseca Galvão
Lagunista, nasceu em 25 de dezembro de 1837 em Estância, em Sergipe. Bacharel em Direito pela Faculdade de São Paulo em 1858, veio na sequência para Desterro, onde foi advogado. Em 1859, virou promotor público de Laguna, posteriormente foi para Jacareí, em São Paulo, e atuou como juiz naquela província e no Rio. Voltou para Santa Catarina em 1869, nomeado juiz de direito em Lages. Governou Santa Catarina como interino por alguns meses até 1870 e assumiria por mais duas oportunidades. Em abril de 1869, tomou posse como deputado geral na Assembleia do Império como representante de Santa Catarina e em 1870 foi empossado deputado e presidente do Parlamento provincial – a lei permitia o acúmulo de funções eletivas. Voltou para Laguna e aqui se manteve até 1886. Foi também governante de Sergipe de 1º de janeiro a 1º de maio de 1873 e posteriormente migrou para o Rio de Janeiro, onde foi juiz e depois desembargador no estado do Mato Grosso e de Pernambuco, até 1902. Morreu em fevereiro de 1916 e deixou uma das mais importantes obras sobre a cidade juliana, o livro Notas geográficas e históricas sobre a Laguna, editado em 1871.
Manoel João Luiz da Silva
Lagunense nascido em 19 de dezembro de 1827, foi o padre que mais tempo comandou a Paróquia de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, tendo sido pároco por mais de 50 anos. Apoiado financeiramente pelo comendador José Rocha, fez estudos no Seminário de São José do Rio Comprido no Rio e foi ordenado padre em 1853. Envolvido com a política, foi suplente convocado e tomou posse em 1858. Entre outras funções religiosas desempenhadas, em várias paróquias do Sul, foi um dos líderes de campanha em prol da construção do prédio do hospital em 1878. Foi vigário Geral Honorário da Diocese de Florianópolis, nomeado em 30 de abril de 1911. Debilitado, faleceu um mês depois.
Manoel Victor Cavalcanti
Com base eleitoral em Imbituba, Cavalcanti nasceu em 23 de outubro de 1958, em Laguna. Arquiteto formado pela Universidade Federal de Santa Catarina foi funcionário da antiga Indústria Carboquímica Catarinense (ICC) e da Prefeitura de Imbituba, nos anos 70; e do Porto Henrique Lage, entre 1980 e 1992. Foi suplente convocado e atuou na legislatura de 1991 a 1995, pelo Partido Democrático Trabalhista. Ainda foi diretor-presidente da ZPE de Imbituba.
Marcos da Rosa
Lagunense é formado em Administração, bacharel em Teologia e MBA em Gestão Pública. Foi, por duas vezes, o vereador mais votado em Blumenau, sendo eleito para as legislaturas de 2012, 2016 e 2020. Em 2018, disputou como deputado federal e ficou suplente. No pleito de 2022, o ex-presidente da Câmara blumenauense teve 25,8 mil votos pelo União Brasil.
Mauro Vargas Candemil
Engenheiro eletricista, Mauro Candemil completa 80 anos no próximo dia 15 de agosto. Natural de Criciúma, o filho de Sady e Zulma Candemil, construiu carreira no setor elétrico privado e público, tendo sido diretor da Celesc. Filiado histórico ao MDB, foi candidato a deputado estadual pelo partido em 1990 e 1994, tendo ficado na suplência e assumido a cadeira por tempo determinado. Na política, foi candidato a prefeito de Laguna em 1996, 2008, 2016, 2020 e concorre novamente em 2024. Governou o município de 2017 a 2020. Foi ainda secretário regional do governo catarinense em Laguna.
Milton Mendes de Oliveira
Lagunense nascido em 15 de março de 1953, construiu carreira política em Criciúma, onde foi advogado no setor trabalhista e sindical. Foi vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro, de 1977 a 1983, e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Concorreu a deputado em 1982 e a prefeito em 1988, sem sucesso. Foi eleito para o Parlamento e assumiu no mandato de 1991 a 1994. Foi ainda deputado federal por um mandato entre 1995 e 1998. Disputou o governo estadual e o Senado por Santa Catarina, mas sem êxito.
Oswaldo Rodrigues Cabral
Lagunense nascido em 11 de outubro de 1903, Oswaldo Cabral era médico formado pela Faculdade de Medicina do Rio. Foi professor em Joinville e médico do hospital de caridade na capital. Em 1937, publicou seu primeiro livro, a obra Santa Catarina, história e evolução, além de outras, incluindo Laguna e outros ensaios. Primeiro-tenente do Exército, nomeado por Getúlio Vargas, foi deputado convocado para a Constituinte de 1947 e reeleito para a legislatura de 1951, sendo presidente do Parlamento. Reconhecido pelas pesquisas históricas que fez, contribuiu com inúmeras instituições culturais e históricas do estado e do país. Vítima de infarto, morreu em 17 de fevereiro de 1978. Era filiado à União Democrática Nacional.
Ovídio José da Rosa
Nascido em 1843, este lagunense foi major e subdelegado de polícia em Araranguá, tendo sido ainda inspetor escolar, suplente de juiz municipal, agente postal e delegado literário. Em Laguna e São José, foi promotor público nas comarcas locais. Foi ainda suplente de deputado na legislatura de 1888 e eleito para os mandatos de 1894, 1896, 1898 e 1901. Foi exator da Mesa de Rendas de Laguna e escriturário da Subdiretoria de Rendas do Tesouro do Estado de Santa Catarina. Morreu em 23 de junho de 1914.
Pedro Fernandes Martins
Este lagunense foi deputado à Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, eleito com 110 votos, pelo Partido Liberal e participou da legislatura de 1864 a 1865. Tinha comércio na atual rua Gustavo Richard, no Centro. Era também militar e foi subdelegado na freguesia de Pescaria Brava.
Polidoro Santiago
Nascido em Desterro, em 29 de julho de 1852, foi formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio. Foi fiscal da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina em 1886 e instalou as primeiras linhas de bondes na capital, em 1880, mas que duraram pouco tempo. Fez a vida política em Laguna, onde chefiou a Comissão de Terras e a de Obras da Barra. Administrou o Porto em 1904. Foi sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, colaborou com o jornal O Albor, O Futuro e fundou a gazeta republicana União, em 1899. Foi eleito deputado em 1878, mas não teve a eleição validada. Em 1891, foi eleito e participou da primeira legislatura republicana. Voltou ao parlamento em 1901 e foi eleito para o mandato de 1916, mas não tomou posse em razão do falecimento ocorrido em 7 de maio daquele ano. Foi governador interino do estado por cerca de um mês em 1894.
Pompílio Pereira Bento
Nascido em Desterro, em 1º de novembro de 1892, foi comerciante e veio para Laguna em 1920, onde abriu comércio e indústria madeireira. Foi ainda agente do Lóide Brasileiro e delegado da Comissão de Marinha Mercante, além de presidir a Associação Comercial e Industrial. Chefiou a Revolução de 1930 na cidade e foi promovido ao posto de major. Na imprensa, fundou o jornal Sul do Estado e foi sócio-fundador e proprietário da Rádio Difusora de Laguna. Foi deputado estadual na legislatura de 1935 pelo Partido Liberal Catarinense e em 1945, fundou e presidiu o Partido Social Democrático. Em 1965, foi eleito prefeito-tampão pela Câmara de Laguna. Posteriormente, foi membro da Aliança Renovadora Nacional. Morreu em 19 de maio de 1981.
Prezalindo de Lery Santos
Sergipano, este lagunista era professor de primeiras letras e veio para Laguna em 1876 para dirigir um colégio particular. Montou a primeira tipografia da cidade e foi proprietário do jornal O Município, de 1878 a 1881. Em 1882, editou Província, em Desterro. Filiado ao Partido Conservador, foi deputado provincial na legislatura de 1882 a 1883. Publicou inúmeras obras didáticas, históricas e biográficas, entre elas, O almirante barão da Laguna (1880) e a célebre Pantheon fluminense (1880). Morreu no começo do século 20.
Raulino Horn
Lagunense nascido em 1º de julho de 1849, era descendente de família prussiana. Formado em Farmácia pela Faculdade de Medicina do Rio, desenvolveu lá os ideais republicanos e abolicionistas. Em 1879, fundou a famosa Farmácia Rauliveira e a Popular, em Desterro. No âmbito militar, alcançou a patente de coronel. Foi o fundador do Partido Republicano Catarinense em 1887. Com a Proclamação da República em 1889, foi governador interino na Junta Governativa até a nomeação de Lauro Müller, como governador. Fundou o jornal República. Em abril de 1890, foi nomeado vice-governador e chefiou o Estado interinamente de setembro a outubro de 1890. Horn ainda foi senador por três legislaturas, de 1890 a 1899 e prefeito de Florianópolis por quatro vezes. No Parlamento estadual, foi deputado de 1919 a 1927, e governou o estado interinamente na condição de presidente do Legislativo. Faleceu em 26 de setembro de 1927.
Roberto Tuffi Mattar
Nascido em Laguna em 15 de fevereiro de 1925, filho de imigrantes libaneses, exerceu a advocacia e o jornalismo com destaque. Sócio-fundador e diretor por vários anos da Casa do Jornalista (ACI), passou pelos jornais Diário Catarinense (Diários Associados) e Jornal de Santa Catarina, além de ter dirigido a Rádio Jornal A Verdade e a sucursal da importante revista O Cruzeiro (RJ) na capital. Pelo Partido Democrata Cristão (PDC) foi eleito suplente e assumiu cadeira por 90 dias na Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1960. Em 1962, ficou suplente na eleição de deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN). Foi secretário estadual do Trabalho no governo de Celso Ramos (PSD, 1961-66) e Ivo Silveira (1966-71).
Sérgio Guimarães
Formado em Jornalismo, antes de entrar para a política em 2020, se destacou como repórter nas ruas da Grande Florianópolis. Passou pela TV Barriga Verde, Band TV (SP) e pelas antigas RBS TV (atual NSC) e RIC TV (atual ND TV), na capital do estado, até virar jornalista independente. O jornalista concorreu pela primeira vez na política como candidato à prefeitura de Palhoça pelo PL e não foi eleito. Está no primeiro mandato de deputado, eleito em 2022, com 27,9 mil votos pelo União Brasil, legenda que comanda em Palhoça e em Laguna.
Thomaz Chaves
Lagunista, era natural de Recife, em Pernambuco, e se formou advogado na Faculdade de Direito local. Em 1875, embarcado no vapor Calderón, a partir do Rio de Janeiro, chegou ao Desterro e viajou para Tubarão, onde atuaria como juiz Municipal e juiz de Órfãos até 1878, quando migrou para Laguna e passou advogar em causas em ambas as comarcas. Foi o fundador do terceiro jornal lagunense, A Verdade, em julho de 1879. Filiado ao Partido Conservador, foi duas vezes deputado provincial, de 1882 a 1885. Morreu no exercício do cargo em novembro de 1885.
Tupy Barreto
Lagunista, com base em Joinville, era filho do musicista Júlio Dácia Barreto. Em Laguna, fundou o jornal A Luz, na década de 1930. Foi advogado e delegado de polícia em várias regiões do estado. Candidato em 1954, ficou suplente e foi convocado para a legislatura de 1955, pela UDN, sendo reeleito no mandato seguinte. Tupy era pai de Jaison Barreto, lagunense, que foi deputado federal, senador e candidato ao governo estadual em 1982.
Volney Collaço de Oliveira
Filho de João de Oliveira, nasceu em 4 de abril de 1923. Era formado em Direito pela Faculdade Nacional do Rio e foi defensor público no então Distrito Federal até 1950. Em 1947, pela UDN, disputou uma vaga como deputado estadual, mas não foi eleito. Conquistou a cadeira em 1951 e foi presidente da Assembleia Legislativa por dois anos. Em 1955, pelo Partido Social Progressista, assumiu como deputado convocado e eleito pelo mesmo partido para a legislatura de 1959. Em 1962, pela UDN, ficou na suplência e foi novamente convocado em 1965. Foi procurador da República em Santa Catarina e no Rio. Morreu em outubro de 2020, na capital catarinense.
Walter Francisco da Silva
Lagunense, era formado em Direito. Foi delegado em Imaruí na década de 1950 e posteriormente se mudou para Florianópolis, onde exerceu a advocacia. Foi suplente convocado para assumir na legislatura de 1959, pelo Partido de Representação Popular (PRP), aos 33 anos. Morreu na capital do estado, em 23 de junho de 2012.
Walmor de Oliveira
Lagunense, nasceu em fevereiro de 1918. Médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, em 1946, foi cirurgião no Pronto Socorro carioca. Em Santa Catarina, dirigiu o Hospital de Braço do Norte e atuou no departamento estadual de saúde em Imbituba e Laguna, tendo sido secretário de Estado de Saúde. Fundador local do Partido Trabalhista Brasileiro, foi prefeito de Laguna de 1956 a 1959. Concorreu para deputado sem sucesso em 1955 e foi eleito em 1959 e reeleito para o mandato de 1963. Pelo MDB, disputou a cadeira em 1966 e ficou como suplente. Foi fundador da antiga Rádio Garibaldi em agosto de 1959. Morreu em 11 de março de 1976.