O tsunami meteorológico registrado, no sábado passado, 11, na praia do Cardoso, teve onda de 15 minutos, segundo apontam os dados coletados pelos marégrafos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Por volta das 16h, o mar avançou sobre a faixa de areia, gerou estragos materiais e assustou banhistas.
Segundo o oceanógrafo e pesquisador da Epagri/Ciram, Carlos Eduardo Salles de Araújo, o evento foi identificado pelos equipamentos instalados em em Imbituba e Laguna. Eles registraram quatro ondas que duraram entre 14 e 16 minutos cada. Uma onda normal costuma durar cerca de 15 segundos, o que resulta numa média de quatro ondas por minuto.
“Quando acontece uma onda que dura em torno de 15 minutos, significa que ela reúne o volume de água que seria acumulado por 60 ondas”, descreve. Conforme avaliação do pesquisador, estas ondas são longas, mas não altas, ou seja, não formam o cenário comum em cenas de filmes. “Uma onda normal, seria uma locomotiva chegando à praia. Uma onda de 15 minutos seria uma locomotiva e outros 59 vagões”, exemplifica.
Em Imbituba, o marégrafo de Imbituba registrou duas séries de ondas, com duas ondas cada. O equipamento está localizado no Porto de Imbituba e permitiu que fossem obtidos mais detalhes. “Na primeira série temos uma onda com período de 14 minutos (entre 16h38 e 16h52) e na sequência outra com período de 16 minutos (entre 16:52h e 17h08). Na segunda série temos duas ondas com período de 14 minutos: a primeira registrada entre 17h19 e 17h33 e a segunda registrada entre 17h33 e 17h47”, detalha o pesquisador.
O marégrafo de Laguna é o mais próximo da praia do Cardoso, localizado na Delegacia da Capitania dos Portos e mede as condições de mar a cada cinco minutos, o que impede o detalhamento das características do meteotsunami. Este equipamento registrou duas cristas de ondas, ocorridas às 16h35 e às 17h10.
