Reformada ao custo de R$ 3 milhões, fruto de recursos do Fundo de Direitos Difusos (FDD), a antiga estação ferroviária no bairro Campo de Fora segue sem uso definido e é moradia para pessoas em situação de rua. O abandono e a falta de segurança no local facilitam casos de furto e outras práticas criminosas, muito longe da ideia que foi pensada quando a reforma foi anunciada em 2019.
Em março de 2022, quando foi reinaugurada, a informação era que a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) iria gerir o espaço, mas a instituição não levou adiante a intenção. O prédio, por ter feito parte da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), é de propriedade do governo federal e os usos são autorizados pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
Em entrevista recente, o prefeito de Laguna, Samir Ahmad (sem partido), disse que até o momento a gestão não foi concedida porque ainda há tramitação de um ação judicial que cobra do município responsabilidade pela conservação no tempo em que a estrutura foi pátio da Secretaria de Obras. “Estamos há quase dois anos pedindo insistentemente que a SPU transfira o imóvel para o município ou dê um destino adequado, o que não aconteceu”, disse.
A prefeitura, porém, não tem mais tanto interesse como tinha no passado. Isso porque ao assumir terá de realizar intervenções para reparar os danos que foram feitos: recolocação das torneiras, portas, cubas e fiação que foram danificadas ou furtadas. Um cálculo realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), obtido pelo Portal, indica um prejuízo entre R$ 200 mil a R$ 300 mil, com os danos, facilitados pela ausência de vigilância.
Estação Ferroviária de Laguna (out/2023)