A proposta que visa alterar a data de fundação e reconhecer novos nomes na história de Laguna deverá passar por audiência pública. Um requerimento para a realização do encontro foi discutido na sessão de segunda-feira, 30, na Câmara de Vereadores.
Segundo o vereador Rodrigo Bento (PL), que é professor de história, a discussão se faz necessária para que haja a presença da população lagunense nessa discussão. A data ainda deve ser anunciada.
Essa não é a primeira tentativa de uma discussão do gênero, sendo que a mais recente foi em junho de 2019, quando também houve a realização de uma audiência pública na Câmara de Vereadores.
Bento baseia o projeto nos estudos e pesquisas realizadas por uma série de memorialistas e pesquisadores ao longo das últimas décadas e que foram compilados na obra Laguna terra mater, escrita por Adílcio e Lucas Cadorin em 2013.
Se for aprovada pela Câmara, o 29 de julho deixa de ser comemorado como fundação da cidade e ficará apenas reconhecida como o dia em que foi proclamada a República Catarinense. A data foi escolhida em 1975 para oficializar as comemorações do tricentenário municipal, que transcorreria no ano seguinte e desde 1989 há uma lei considerando um feriado oficial. Já o bandeirante vicentista Domingo de Brito Peixoto passa a ser reconhecido como povoador e todas as homenagens prestadas a ele seguirão mantidas.
O navegador português André Afonso Gonçalves, responsável por apontar a existência do Cabo de Santa Marta em 1502 passará a ser reconhecido oficialmente como descobridor das terras de Laguna. Os freis Bernardo de Armenta e Afonso de Lebron, da Ordem Franciscana, ganharão o título de fundadores, por terem construído a primeira capela e iniciado trabalho de catequização com os nativos carijós. Por ser um projeto de lei ordinária, para ser aprovado precisará apenas de duas votações por maioria simples para depois ser sancionado oficialmente.