A inserção de Laguna como um local com foco de gripe aviária (H5N1) na lista de registros do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) chama a atenção e também serve como alerta para reforçar uma orientação básica dos especialistas: não se aproximar nem tocar em animais marinhos quando encalhados, estejam vivos ou não.
A detecção da contaminação pelo vírus da influenza na ave achada em Laguna e na que foi encontrada em São Francisco do Sul ocorreu durante a fase de verificação do óbito e agora o caso é analisado pelo Mapa. Em nota à imprensa, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que ainda aguarda uma nota técnica ministerial, reforçou que não houve registro de gripe aviária em aves de granja, ou seja, voltadas para a alimentação.
Ao Portal Agora Laguna, o professor Pedro Castilho, do Laboratório de Zoologia da Udesc e coordenador do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) explica que em razão de se saber o histórico de saúde do animal, todos os cuidados devem ser mantidos.
“A gente não sabe o antecedente e a probabilidade ou possibilidade de existir doença, zoonose ou algo que a gente não conhece pode estar presente na carcaça”, sublinha o especialista. Ao encontrar uma espécie marinha viva ou morta, o primeiro passo é manter distância e o segundo é acionar uma equipe de monitoramento especializada. “Evitem fazer o manuseio, o transporte ou algo parecido para evitar risco a quem estiver manipulando”, esclarece.
Um caso clássico é o do lobo-marinho que apareceu na praia do Cardoso quatro anos atrás. Naquela ocorrência, além do fato de não se ter conhecimento a respeito de possíveis patologias carregadas pelo animal, tinha o agravante de ser uma espécie relativamente arisca e que partia para cima de quem cruzasse o perímetro de segurança. “Isso pode criar um cenário de uma reação de defesa ou algo parecido, e pode ser perigoso. A gente sempre recomenda que as pessoas, os profissionais com habilitação e EPIs, sejam os únicos a fazerem os manejos com animais vivos ou mortos”, pontua Castilho.
PMP deve ser acionado
Em casos como esses, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) deve ser acionado. O órgão é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no polo pré-sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O PMP funciona com intenção de analisar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. Caso encontre algum animal marinho vivo ou morto, entre em contato com o projeto pelo telefone 0800-642-3341.