O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) divulgou um novo balanço da Operação Mensageiro, com estatísticas levantadas até a quarta fase da investigação coordenada pelos grupos Anticorrupção (Geac) e o de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e que abalou a política catarinense com a prisão de 16 prefeitos, um vice e dezenas de agentes públicos e privados. Sete investigados presos já renunciaram aos mandatos.
Sete meses depois, segundo o MP, os números resultantes mostram a dimensão da investigação que já garantiu o ressarcimento de R$ 50 milhões e uma aeronave aos cofres públicos. Até o momento, foram cumpridos 232 mandados de busca e apreensão e 40 de prisão preventiva, sendo 33 contra pessoas que são ou eram agentes públicos, 16 delas autoridades com prerrogativa de foro. Passados sete meses, 30 pessoas permanecem presas preventivamente – três em prisão domiciliar por problemas de saúde o idade – e 8 cumprem medidas alternativas à prisão, como monitoramento remoto (uso de tornozeleira).
As investigações começaram em dezembro de 2021 e, segundo os promotores e policiais dos grupos, após um ano foi constatada a existência de “uma organização criminosa composta por agentes públicos e privados que visava fraudar licitações em municípios catarinenses para a contratação de serviço de coleta e destinação de resíduos sólidos, por meio de pagamento e recebimento de propina”.
De acordo com o MP, já foram oferecidas 21 denúncias ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e, após declínios de competência e cisão, doze seguem em tramitação na capital e outras estão em primeiro grau – caso dos processos envolvendo o ex-prefeito de Pescaria Brava, Deyvisonn de Souza (MDB).